Virgem da Lapa e Araçuaí

27-03-2023

09h:19

Alberto Sena*, com a colaboração de Gumercindo Lellis*

Foi o consultor agrícola e ambiental Gumercindo Lellis, grande companheiro de viagem, que chamou a atenção para a quantidade de exemplares do espécime conhecido por “Nim Indiano” na arborização tanto da cidade de Virgem da Lapa como de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha.

Na opinião dele, esse espécime deveria ser substituído por outro de preferência da flora local ou nacional, porque trata-se de uma árvore exótica e a mais agressiva porque predomina no ambiente e possui claramente vantagens e desvantagens.

O positivo é que tem uso inclusive na Medicina, mas o lado negativo acaba pesando mais porque, além da predominância no ambiente – e não se pode negar a sua beleza com o verdor de suas folhas e sombreado da copa – ao afastar do local as pragas, afasta também as abelhas tornando o ambiente só para ela.

Num passeio específico sobre Nim pela internet encontrei a reação da Prefeitura Municipal de Bom Jesus da Lapa, que baixou uma Lei Municipal, por intermédio da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente proibindo cultivo de Nim-Indiano.

Na ocasião, a prefeitura iniciava uma campanha para conscientizar a população sobre os riscos ao meio ambiente do cultivo de Nim-Indiano no Município e já preparava espécimes diferentes para a substituição dele.

Segundo explicita a Lei Municipal, “estudos científicos já apontam os erros da prática de cultivar o Nim na região, tais como: danos ambientais, impactos ambientais, eliminação de espécies nativas e intoxicação”.

Quando ingerido pelos insetos polinizadores e aves causa esterilidade. E mais do que isso, provoca no bioma nativo uma descaracterização, e, por isso, foi aprovada a lei que proíbe o plantio, o cultivo, o transporte e a produção de espécie Nim na área urbana e rural do Município de Bom Jesus da Lapa.

Bom, mas, retira o Nim-Indiano e põe o quê? A prefeitura oferece a opções de Ipê do Brasil (cores variadas), Sibipiruna, Pau ferro, Pata de Vaca, Canafístula, Jacarandá (praças), Quaresmeira, Oiti (canteiros e praças), entre outras que não afetam construções e calçadas.

*Editor Geral do DM

*Consultor agrícola e ambiental