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Conversa macia com a poeta Henriqueta e o escritor Roberto Drummond, na Savassi

Conversa macia com a poeta Henriqueta e o escritor Roberto Drummond, na Savassi

Ao me despedir de Henriqueta Lisboa, desci rumo à Praça Savassi e me deparei com as fontes esguichando fachos d’água para cima, um espetáculo bonito de se ver.

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17-03-2023

18h:39

Alberto Sena*

Hoje fui mais uma vez à Savassi a fim de postar o livro Retrato de Nós Mesmos na agência dos correios da Rua Pernambuco, entre a Praça da Savassi e a Rua Fernandes Tourinho, próxima da escultura da poetisa Henriqueta Lisboa, plantada em frente ao prédio onde ela morou.

Ao sair da agência fui conversar um pouco com ela, um diálogo mudo, mas foi de bom proveito, inda mais agora que ela tomou banho pela primeira vez.

- Bom dia! Se me permite, vou chamá-la minha cara poeta!

- ?!

- Peço-lhe desculpas pela agressão que sofreu. Confesso que fiquei de queixo caído quando vi sua imagem com os punhos decepados; mãos e livro foram levados por vândalos.

Por um momento achei que ela pudesse estar me ouvindo, mas impedida de falar.

Notei que atrás de mim havia uma viatura da Guarda Municipal, e então tratei de tranquilizá-la com relação a segurança.

- Pode ficar tranquila, nenhuma agressão vai lhe acontecer porque, caríssima poeta, autora de livros como Palavra de Poeta, Flor da Morte, O Menino Poeta, Nova Lírica e outros mais. Fica tranquila, ninguém vai mais lhe fazer nenhuma covardia.

Ao me despedir da poeta, desci rumo à Praça Savassi e me deparei com as fontes em pleno funcionamento, esguichando fachos d’água para cima, um espetáculo bonito de se ver.

Com o calor que fazia, me deu até vontade de me jogar entre os fachos d’água para me refrescar.

Mas a minha intenção era aproveitar e visitar o amigo e colega de redação de jornal, Roberto Francis Drummond – Roberto Drummond chamado – também de banho tomado.

Estava sacando fotos dele quando, de repente, um jovem de compleição forte e pele queimada pelo Sol, me abordou com a pergunta:

- Me dá licença? Quem é ele mesmo?

- Ele é o jornalista e escritor Roberto Drummond. Ele foi um dos grandes divulgadores da Savassi, por isso está aqui – eu disse.

- Interessante! – Ele reagiu assumindo atitude reflexiva.

Vendo eu o interesse dele, logo o jovem percebeu que na mureta onde parece crescer rumo ao infinito um belo espécime de mogno, há uma placa com informações a respeito de Roberto. Ele foi lá, leu a placa e voltou a mim para perguntar se eu o conhecia.

Pronto! Daí em diante fiz o comercial do amigo, dizendo ao jovem:

- Trabalhamos junto em redação de jornal – eu disse.

- É mesmo? – Ele me perguntou admirado.

Então eu disse ao jovem que Roberto Drummond escreveu vários livros, e citou A Morte de DJ em Paris, com o qual ganhou o Prêmio de Literatura do Paraná; O Dia em Que Fui Morto em Cuba; e o mais famoso deles, Hilda Furacão, que foi transformada em uma série da Rede Globo.

Quando eu disse Hilda Furacão, ele logo assimilou e disse conhecer, não o livro, mas a série da TV.

Ele me perguntou o que eu fazia e então, levantou a bola para mim e não me fiz de modesto:

- Sou jornalista e escritor, autor dos livros Nos Pirineus da Alma e Retrato de Nós Mesmos.

O jovem já havia ouvido falar do Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, e ficou ainda mais entusiasmado, ao mesmo tempo.

Neste momento, o semblante dele se iluminou e ele me estendeu a mão e apertou efusivamente e ato contínuo, perguntou o meu nome.

Eu disse, e ele concluiu, para minha surpresa:

- Ainda vou ouvir muito o seu nome – disse e foi embora andando.

*Editor Geral do DM.

Imagem da Galeria A escultura de Roberto Drummond faz sucesso, de banho tomado, na Savassi
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