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Conscientização sobre as Mudanças Climáticas: reflexão e trabalho, sem comemoração

Conscientização sobre as Mudanças Climáticas: reflexão e trabalho, sem comemoração

O desequilíbrio ambiental acaba afetando todos os ciclos de vida na Terra, causando um grande efeito cascata. O aumento das temperaturas influencia em diversas situações.

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16-03-2023

12h:43

*Enio Fonseca

No dia 16 de março, hoje, é celebrado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas para relembrar a sociedade sobre as necessidades da redução dos impactos ambientais, em todos os locais do planeta Terra, conforme disposto na Lei Federal nº 12.533/2011.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), “as mudanças climáticas referem-se a mudanças de longo prazo nas temperaturas e nos padrões climáticos. Essas mudanças podem ser naturais, como por meio de variações no ciclo solar. Mas desde 1800, as atividades humanas têm sido o principal fator da mudança climática, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás"

Na prática, além de fenômenos naturais, como a erupção de vulcões, e o ciclo solar que alimenta a terra de energia, aliados ao uso de combustíveis fósseis (incluído aí o carvão, derivados do petróleo), para diferentes usos contribuem para agravar a situação do aumento do efeito estufa.

Segundo alguns especialistas e levantamentos de dados, o desmatamento é apontado, no Brasil, como sendo responsável por cerca de metade das emissões brasileiras, seguido, pela agropecuária, com cerca de 20% das emissões, com a produção de metano pela fermentação entérica presente no processo de digestão do boi.

As causas antrópicas, ou seja, de responsabilidade dos seres humanos, são as principais agravantes do aquecimento global, um dos maiores riscos enfrentados pela sociedade, de acordo com boa parte dos cientistas ligados ao IPCC- Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. No entanto, outros cientistas questionam as metodologias adotadas para as conclusões defendidas por este Painel, e alegam que os ciclos de análise temporal de dados climatológicos devem sem de centenas e milhares de anos, quando se observa ciclos de aquecimento e resfriamento da terra.

Historicamente falando, a Revolução Industrial foi um dos maiores catalisadores do aumento da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Vale lembrar, contudo, que esses gases, assim como o carbono, são essenciais para permitir a vida humana por ajudarem, também, na manutenção da temperatura do planeta.

Segundo a NASA, mais especificamente o “Goddard Institute for Space Studies (GISS)”, 2022 foi o quinto ano mais quente já registrado, se equiparando a 2015. O estudo diz que a temperatura global atingiu 0,89ºC acima da média. Este fato entra em concordância com uma previsão, da Organização Meteorológica Mundial, uma agência ligada à Organização das Nações Unidas, que diz que a Terra pode ficar, pelo menos, 1ºC mais quente a cada ano. Ainda segundo a ONU, a última década (2011-2020) foi a mais quente já registrada.

Pensando em limitar e controlar esse aumento da temperatura, o Acordo de Paris decidiu que os países participantes devem apresentar o que são capazes de fazer para limitar o aquecimento global a 1,5ºC por meio do plano de redução de emissões de carbono.

O desequilíbrio ambiental acaba afetando todos os ciclos de vida na Terra, causando um grande efeito cascata. O aumento das temperaturas influencia em diversas situações como o derretimento das geleiras, que causa o aumento do nível do mar e gera impactos diretos a biodiversidade, como migrações e até mortes de algumas espécies.

Temperaturas extremas como frio rigoroso e calor excessivo, derretimento de geleiras, grandes quantidades de chuva, elevação do nível do mar, secas intensas, desgaste e empobrecimento do solo afetam toda a humanidade. Eventos de seca extrema implicam em redução do volume de água disponível para abastecimento público, geração de energia e produção de alimentos.

Nesse contexto, cabe salientar que o estado de emergência climática do mundo foi o destaque entre os assuntos pautados na Conferência do Clima realizada pela ONU - COP26, em 2021. No último ano, o novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas - IPCC, apresentou um cenário alarmante com conclusões de impactos ainda mais severos.

No Estado de Minas Gerais foi criada a Política Estadual de Mudanças Climáticas. Desde então, diversas estratégias e medidas têm sido implementadas pela articulação de diferentes políticas setoriais: saneamento, energia, transportes, recursos hídricos e agropecuária.

O principal ponto para se enfrentar as mudanças climáticas é a conscientização.

*Enio Fonseca é CEO da Pack of Wolves Assessoria Socioambiental, foi Superintendente do Ibama, Chefe do Departamento de Controle Florestal do IEF, Conselheiro do Copam e Superintendente de Gestão Ambiental da Cemig, é parceiro da Econservation.

Imagem da Galeria Se as pessoas não se conscientizarem de que as mudanças climáticas já estão aí, será o fim
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