14-03-2023

14h:50

Bento Batista*

Este escrevinhador redigia o presente artigo sobre o aeroporto do Bairro Carlos Prates, e iniciava dizendo que se o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) pedisse para fazer uma pesquisa de opinião pública sobre a permanência ou não do aeroporto Carlos Prates, é possível que o fim do indigitado já estivesse sacramentado.

Foi neste instante que o sentido do texto mudou da água para a cachaça, quero dizer, vinho, quando sintonizei na mensagem gravada pelo próprio prefeito dando a notícia de que o aeroporto será desativado no dia 1°. de abril.

O prefeito disse, ontem, que iria a Brasília hoje e dentre o rol do que tinha de resolver por lá pediria a municipalização do aeroporto. Se tivesse de viajar só para tratar deste caso, ele não precisaria mais porque o vice-presidente da República, Geraldo Alkmin veio a Belo Horizonte, nesta segunda-feira, 13, participar do Encontro Brasil-Alemanha, e o prefeito entregou a ele o pedido de desativação do aeroporto, em mãos.

Mas o prefeito foi e recebeu a notícia de que os seus esforços, desprendidos por meio do diálogo, levaram o Ministério dos Portos e Aeroportos a aceitar a desativação do aeroporto.

O clamor popular contra a permanência do aeródromo ali aumentou depois do acidente que valeu a vida de um homem e causou graves ferimentos à sua filha, ocorrido no sábado, dia 11.

Logo após o acidente, o prefeito já deu mostras de seu desejo de municipalizar a administração da área, que, por sinal, é enorme e por tudo parece já ter cumprido com missão para ganhar outras que Fuad tem na cabeça e no papel, quero dizer, no computador.

Hoje, 14, de manhã, o prefeito gravou um comunicado dizendo que o aeroporto será desativado no dia 1°. de abril, e passou a agradecer as autoridades que deram apoio às intenções dele: Ministério de Portos e Aeroportos (MPA), ministros Alexandre Padilha, Alexandre Silveira, Márcio França e vice-presidente Geraldo Alckmin.

A notícia certamente é do agrado das famílias que moram nas proximidades do aeroporto, muitos alegando ser um incômodo conviver com a situação, mas para os usuários e trabalhadores, a desativação irá causar prejuízos.

Segundo o presidente da Associação Voa Prates, Estevan Velásquez, o fechamento do aeroporto significará o fim de 15 empresas com 500 postos de trabalho e vai prejudicar a formação de mil alunos que anualmente são saem das escolas de aviação, dentre outros problemas.

*Jornalista e escritor.