Direto da Redação

06-03-2023

08h:39

Bagres-africanos infestam e fazem a festa no Rio São Francisco, na altura da bela e próspera Pirapora, no Norte de Minas, localizada à margem direita desse que é “o rio da integração nacional”.

A notícia foi repassada ao Diário de Minas pelo fotógrafo profissional Nilton Antunes Figueira, filho daquela terra, mesorregião composta por dez municípios, Pirapora, Buritizeiro, Ibiaí, Jequitaí, Lagoa dos Patos, Lassance, Riachinho, Santa Fé de Minas, São Romão e Várzea da Palma.

Nilton disse que esteve na orla do “Velho Chico” a fim de fazer “registros fotográfico”, quando se encontrou com um grupo de pescadores e também comandantes de embarcações – Reginaldo e Dênio – e eles disseram preocupados porque os bagres-africanos estão predominando em Pirapora.

Eles devoram as ovas de outras espécies de peixes do rio, comprometendo a reprodução natural.

Nilton acredita que a ocorrência pode estar relacionada a bagres-africanos que possam ter escapado de criatórios particulares rio acima. O grave, no entanto, segundo o fotógrafo, que não conseguiu nenhum registro, é que eles não estão surgindo em quantidade só em Pirapora.

Como não poderia deixar de ser, os bagres-africanos são encontrados em toda África e Oriente Médio onde vivem em lagos de água doce, em pântanos e rios, podendo ser encontrados em lagoas artificiais e em lagoas de tratamento de esgotos urbanos e também neles mesmos.

Começaram a se multiplicar pelo mundo afora no ano de 1980. De repente foram encontrados no Brasil, Vietnã, Indonésia e Índia, como espécie invasora e, claro, causando fortes impactos ambientais. Trata-se de uma espécie carnívora e resistente demais.

Não há, aqui, no Brasil, predadores naturais de bagres-africanos, de apetite insaciável. Eles mesmos são os predadores de todas as espécies existentes no rio, o que vem deixando os pescadores e os ribeirinhos preocupados porque já comprometem a pesca em Pirapora.