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No Brasil os carros elétricos são a melhor opção? Etanol tupiniquim é a solução

No Brasil os carros elétricos são a melhor opção? Etanol tupiniquim é a solução

Nada de adotarmos modelos internacionais, ignorando o que o Brasil tem de melhor. Temos o etanol mais eficiente do mundo e umas das matrizes elétricas mais limpas.

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28-02-2023

09h:12

Enio Fonseca*

Para limitar o aquecimento global a 1,5°C, os Acordos Climáticos de Paris de 2015 definiram 2050 como um prazo mundial para atingirmos emissões líquidas zero de gases de efeito estufa. Um artigo do MIT Technology Review Brasil publicado em 17 de fevereiro 17 deste ano, pontua que, para atingir essa meta, grande parte dos veículos movidos a gasolina já precisarão ter saído de circulação até lá . Eles acreditar que até 2035, as chances de não haver mais produção de carros movidos a combustíveis fosseis também são altas, uma vez que os carros costumam ter uma vida útil de 15 a 20 anos.

O artigo do MIT Technology Review Brasil afirma ainda que "a transição dos motores de combustão interna já está em andamento. As vendas de VEs continuam crescendo: atingiram 10% das vendas globais em 2022. Porém, a situação não é igual em todos os lugares: a China registrou quase o dobro da média global, com 19%, e os EUA ficaram para trás, com 5,5%.

No Brasil, em 2022, as vendas de veículos elétricos a bateria (BEV), alcançaram o recorde histórico de 8.458 emplacamentos, um crescimento expressivo de 197% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos-ABVE.

No fim de 2022, a UE proibiu novas vendas de carros movidos a gasolina a partir de 2035, incluindo híbridos plug-in e qualquer outra coisa que possa queimar combustíveis fósseis. Califórnia e Nova York decretaram proibições semelhantes que também entrarão em vigor em 2035.

Não me parece que o artigo abordou todos os aspectos econômicos e ambientais associados ao assunto.

Preços exorbitantes de carros elétricos, e de reposição de suas peças, em especial as baterias, infraestrutura de abastecimento precária, são pontos de detalhada avaliação dos consumidores, que podem impactar de forma severa os planejamentos políticos quanto a este objetivo de eliminar os carros movidos a combustão. Mesmo com políticas públicas, na Europa e nos Estados Unidos, de financiamentos subsidiados para os carros elétricos, eles ainda custam muito caro para boa parte da população.

E não podemos nos esquecer que existem muitos equipamentos como colheitadeiras, caminhões, máquinas de processamento que utilizam combustíveis fósseis e cuja substituição feita de forma abrupta podem esbarrar nos mesmos custos elevados, em aspectos tecnológicos, e no aumento do custo de vida.

O petróleo e seus derivados não servem apenas para produzir gasolina e querosene, eles produzem milhares de produtos usados no dia a dia por bilhões de pessoas, e não seria possível acabar com sua extração e refino.

Falar de emissões globais ao longo do ciclo de vida dos veículos, pode trazer números não tão vantajosos assim, principalmente se a fonte original da energia elétrica para os veículos elétricos for o carvão mineral, o petróleo e seus derivados, como acontece na Europa. Quando a geração de energia elétrica provém de combustível fóssil (basicamente de fontes não renováveis), o processo de queima de combustível para a geração de energia tem efeitos nocivos equivalentes ao uso em veículos com motor a combustão.

E os descartes das baterias desses veículos, sem reciclagem, trazem graves problemas ambientais.

No tocante ao desemprego decorrente da proibição dos carros a combustão, o jornalista Zeca Chaves no Canal Auto Papo de

09 de abril de 2021 afirmou que o Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) calculou que, das 830 mil vagas do setor automobilístico no país, cerca de 410 mil (49%) serão eliminadas até 2030. Aumente esse número para 2,7 milhões funcionários europeus ligados às montadoras. E nem estamos contando os empregos indiretos em fornecedores. Depois amplie para o restante do mundo para entender a dor de cabeça que nos espera".

Temos uma solução originalmente tupiniquim: o carro a etanol, que tem excelente desempenho em todos os aspectos, inclusive os ambientais relativos a emissão de gases efeito estufa.

O CEO da empresa Stellantis, fabricante de veículos elétricos, Carlos Tavares, se pronunciou sobre o mercado de carros elétricos no Brasil e afirmou que "o futuro é do etanol, não dos carros elétricos no Brasil"

André Ricardo Vieira, CEO, sócio e fundador da Solution4Fleet, um especialista no assunto pontuou que "estudos mostram que o etanol é o primeiro colocado entre os combustíveis mais limpos que existem. Os carros elétricos, desde que tenham fontes de energias limpas, tendem a ser um meio de transporte com baixíssimo impacto negativo ao meio ambiente”.

O site www.novacana.com.br publicou em 30 Julho de 2018, um artigo no qual afirmou: “Precisamos olhar para as potencialidades do País. Nada de adotarmos modelos internacionais, ignorando o que o Brasil tem de melhor. Temos o etanol mais eficiente do mundo e umas das matrizes elétricas mais limpas. Nos dois pontos fazemos inveja a qualquer país desenvolvido.

Aliando as duas fontes de energia no mesmo carro, temos o híbrido rodando com o etanol de cana e eletricidade brasileira, muito mais limpa que a europeia".  

Enio Fonseca é CEO da Pack of Woves Assessoria Sociambiental. Foi superintendente do Ibama, Conselheiro do Copam e superintendente de Gestão Ambiental da Cemig.

Imagem da Galeria O colunista Enio Fonseca acredita mais no etanol do que em qualquer ourtro combustível
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