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Para aguentar o ritmo da maratona do Carnaval de BH, é preciso preparo físico bom

Para aguentar o ritmo da maratona do Carnaval de BH, é preciso preparo físico bom

Com essa animação toda, essa alegria esfuziante que vinha contida devido aos dois anos de pandemia, os belo-horizontinos se soltaram livres nas ruas da cidade.

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Direto da Redação

21-02-2023

19h:07

A essa altura do Carnaval, os aficionados da folia, aqueles que não perderam um dia e se esbanjaram como nunca, por este, sem dúvida, melhor festejo de rua de todos os tempos, já está sentindo aquela sensação de quem se encontra do outro lado do mundo, no Japão, sentindo os efeitos do fuso horário e com aquele gosto de “cabo de guarda-chuva” na boca.

No fundo, no fundo, estes já estão com saudade e se fosse o caso, ainda prolongariam um tanto mais até para tirar o atraso provocado pelos dois anos de pandemia.

“Magnólia”

Neste terça-feira, 21, no Bairro Caiçara, Região Noroeste da capital, o bloco “Magnólia” deu o tom logo cedo, inspirado no jazz e no blues de Nova Orleans, Estados Unidos.

O diferencial do bloco foi a participação do poeta surdo, Gabriel Benfica. Ele usou da linguagem de sinais para declamar seus versos contra a homofobia.

E iniciou o que foi um sarau de outros poetas também surdos, que em grupo fizeram a abertura do desfile e encheu a Avenida Américo Vespúcio da cor laranja.

O que Gabriel Benfica disse, em linguagem de sinais interpretados por Flávio Maia, o seguinte, entre aspas: “Armas apontadas para mim/ Pessoas me agredindo na rua/ Me assediando na rua/ Meu sangue escorre por entre as veias/ Minha mãe e “Juventude Bronzeada” meu pai me aceitam e eu venho para o carnaval/ As pessoas me olham e me estranham/ Me agridem/ A homofobia me vê e me olha, mas meu corpo está na rua, com o Magnólia/ Chega de homofobia/ Queremos amor, queremos simpatia”.

“Juventude Bronzeada”

O bloco “Juventude Bronzeada” tomou conta do asfalto da Avenida Assis Chateaubriand, no Bairro Floresta, na capital. Neste ano completam dez anos de batucada e o grupo criou um rol de 52 canções.

O desfile do bloco foi às 10h30, o interessante é que eles animaram os foliões logo na interpretação do hino do grupo, sob o clima de despedida.

"Bebe água, olha a Serra do Curral. É de lá que vem a nossa água". Foi este o clima do bloco Juventude Bronzeada, que ao som de axé comemorou uma dezena de anos de fundação.

Enio Fonseca

O engenheiro florestal e jornalista Enio Fonseca, articulista do Diário de Minas, se mostrou animado de um jeito que só vendo. Ele disse não ter perdido um dia de Carnaval, que aqui começou mais cedo com as manifestações pré-carnavalescas. Em um desses dias, ele se vestiu de presidiário, aquela vestimenta semelhante à dos “Irmãos Metralhas”. Noutro dia, Enio se vestiu de xeique das arábias, numa animação cheia de juventude.

Na verdade, uma maratona dessa, de Carnaval não é para qualquer pessoa. É necessário possuir um bom preparo físico e beber muita água. Como bem apurou a Fecomércio, em um levantamento, água é a bebida preferida dos foliões.

“Bloquim duBem”

Gostoso e divertido mesmo foi o “Bloquim duBem”, na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul, com a animação de crianças de idades variadas e até quem se achava em carrinho de bebê curtiu a animação.

Claro, os pais também estavam presentes e um dos meninos se fantasiou do mexicano Chaves, famoso por chorar dentro de uma barrica, onde sempre se escondia quando aprontava alguma.

Outro ponto curioso foi a seção de pintura de rosto, que teve a adesão tanto de crianças como de adultos. Especialistas da área de maquilagem estiveram à disposição para pintar o rosto de quem se apresentou ao coreto da praça onde funcionou o salão.

“Bloco do Peixoto”

Considerado um dos blocos mais tradicionais de BH, o do Peixoto saiu pelas ruas na Região Leste da cidade e foi seguido por uma multidão.

Aliás, multidão é o que não faltou neste Carnaval de ruas, que pode não ser o maior do Brasil, mas, sem dúvida, foi o melhor até aqui.

Tocou variados tipos de canções. Animados pela bateria, os foliões cantavam e se encantavam. Haviam jovens, adolescentes, adultos e até idosos no batuque do Peixoto, que iniciou desfile na Rua Manaus com Rua Álvares Maciel e encerrou na Avenida Carandaí.

O bloco cantou em defesa da preservação da Serra do Curral, onde há nascentes que abastecem a cidade de água.

“A Bartucada”

Nascido em Diamantina, na Região Central de Minas, lá pelos idos de 1972, “ Bartucada” mudou-se para Belo Horizonte em 1990, quando aqui nem Carnaval havia. Meio século. Era o caso de ter comemorado ano passado, mas a pandemia não deixou.

Reflexão

Ao final de tudo isso, convém quem está no cerne da batucada ou quem só está espiando ou ainda quem ficou em casa e acompanhou tudo pelas mídias, convém agradecer a Deus por estarmos vivendo momentos como esses, depois de dois anos de pandemia, e apesar dos desastres causados pelas chuvas em São Paulo e o novo terremoto na Turquia e Síria, duas semanas depois do primeiro.

Veja a programação dos blocos para esta quarta-feira (22)

?? Bloco: Manjericão

?? Horário: 7h

?? Local: Praça Toscana, s/n - Bandeirantes

?? Bloco: Afro Magia Negra

?? Horário: 12h

?? Local: Rua Jundiaí, 97 - Concórdia

?? Bloco: Babadan Banda de Rua

?? Horário: 13h

?? Local: Rua Diamantina, 638 - Lagoinha

?? Bloco: I Wanna Love You

?? Horário: 13h

?? Local: Rua São Luiz, 371 - Sagrada Família

?? Bloco: Bloco da Saudade

?? Horário: 15h30

?? Local: Rua Arcos, 770 - Saudade

 

Imagem da Galeria O Carnaval de Belo Horizonte, em todos os momentos reuniu multidões cheias de colorido
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