Direto da Redação

21-02-2023

08h:13

Frutíferas tidas como próprias só de clima temperado, como amora-preta, framboesa e mirtilo precisam de muitas horas mensais de frio, e temperaturas abaixo de 7ºC podem ser produzidas também em lugares de clima quente.

Não é o Diário de Minas que está dizendo isso, mas pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), do Campo Experimental de Maria da Fé, na Região Sul do Estado, que realizam trabalhos promissores, e comprovam o bom desempenho dessas frutíferas em lugares quentes.

 Emerson Gonçalves, pesquisador da Epamig Sul é o coordenador dos trabalhos, com intuito de, ao final, levar tecnologias e conhecimentos para os agricultores que porventura façam a opção pelo plantio dessas frutíferas vermelhas.

Um dos experimentos, segundo o técnico, “mostrou que algumas plantas resistiram bem à falta de frio e não deixaram de produzir frutos”.

Ele trabalhou com “uma variedade de framboesa chamada Heritage, dentro de casas de vegetação, onde há ausência total de frio e as temperaturas podem chegar a 40ºC. A planta apresentou excelentes índices de desenvolvimento e observamos que, em termos de produção, ela gerou tantos frutos quanto os exemplares cultivados ao ar livre, na presença de frio”, observou Emerson.

Outras variedades de amora-preta foram testadas – Arapaho, Tupy e Brazos. Um ano após foram realizadas avaliações fenológicas por meio das quais se mediu o crescimento e o desenvolvimento das plantas de amora-preta e framboesa, dentro da casa de vegetação, cultivadas em vasos.

No mês que vem, novas avaliações serão feitas para saber do tamanho, peso e teor de açúcar dos frutos de cada planta e a quantidade deles produzida em condições de cultivo protegido.

A etapa derradeira da pesquisa será no Norte de Minas, onde as temperaturas são altas o ano inteiro. A intenção é introduzir mudas de amora-preta e framboesa no Campo Experimental da Epamig, na região de Jaíba (MG), com o fito de testar se produzirão numa condição natural de muito calor.

“Ainda não podemos apresentar conclusões oficiais antes desses testes no Norte do Estado. Mas, se nossa hipótese for confirmada, representará um enorme avanço para a fruticultura e um verdadeiro divisor de águas para a cadeia produtiva de frutas vermelhas”, disse Emerson Gonçalves.

Importante é que essas frutas são boas para a saúde e para o mercado. Elas atuam na prevenção de doenças, por exemplo, diabetes, arteriosclerose, infecções e alguns tipos de câncer.

“São frutas antioxidantes que possuem altas taxas de Vitamina C, auxiliam na regulação hormonal e podem ajudar a evitar várias doenças cardiovasculares”, completou o técnico.