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Da janela dos apartamentos, todos nós vimos passar o colorido bloco “Mamá na Vaca”

Da janela dos apartamentos, todos nós vimos passar o colorido bloco “Mamá na Vaca”

Antes de o batuque começar e a multidão se arrastar pelas ruas, todos se concentraram na Praça Cairo, no Bairro Santo Antônio, na Região Sul de Belo Horizonte. E era uma alegria só!

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Direto 

 

Direto da Redação

11-02-2023

12h:02

“Bandeira branca amor...”

Cantavam os foliões, uma multidão, parecia uma portentosa cobra se arrastando pelo asfalto.

Quem não gosta de carnaval ou quem não pode vivê-lo por algum motivo não precisa se preocupar, o pré-carnaval vai até você.

É o que aconteceu hoje, a partir das 10h, quando o bloco do Bairro Santo Antônio, denominado “Mamá na Vaca” se concentrou na Praça Cairo e desceu o trecho final da Rua Mar de Espanha se arrastando, cada vez mais devagar, como quem não quer ir depressa para a curtição demorar mais, a multidão desceu a Rua Professor Aníbal de Matos.

“Oh! Quanto riso oh! quanta alegria, mais de mil palhaços no salão...”

A banda do bloco, na maior animação, seguia espalhada no meio dos foliões, cada um mais denudado do que o outro, tanto de roupa como de timidez, exibindo as suas fantasias.

E assim a bela multidão multicolorida desceu a rua indo para a Vila Estrela de onde entrou na Rua Santo Antônio do Monte, seguindo em direção à Rua Leopoldina.

“É ou não é piada de salão...”

Os foliões desceram a Rua Leopoldina e se concentraram ao redor da vaquinha, que hoje estava de vestido novo. Pintada de branco com a figura de um tucano num dos lados, e a inscrição: “O golpismo foi pro brejo”.

E a bateria seguia com todo o entusiasmo, parando de vez em quando para tomar fôlego e era assim que se podia ouvir o vozerio de jovens, cada um armado de uma lata de cerveja.

“Oh balancê, balancê...”

O detalhe na Rua Leopoldina não podia deixar de ser mencionado: todo prédio de apartamento com jardins externos foi gradeado para proteger qualquer iniciativa da turba de neles fazer qualquer coisa.

Em pelo menos três pontos foram instalados banheiros químicos, de modo que não se podia reclamar de lugar onde se desapertar da pressão motivada pela cerveja.

Desde ontem, homens da Prefeitura de Belo Horizonte iniciaram trabalho de limpeza das ruas por onde os foliões passariam e passaram hoje. Retiraram todos os impedimentos possíveis e até a grama que brota nas ruas, um trabalho que poderia ser feito com mais frequência. Por que só no carnaval?

Só porque era carnaval, até a operação tapa buraco funcionou, apesar de as ruas – e principalmente a Rua Aníbal de Matos – estarem necessitadas mesmo é de asfalto novo, considerando a importância delas para a fluição do tráfego.

E o batuque era ouvido ao longe. Os foliões vistos do alto das janelas dos apartamentos dos prédios por onde passavam, davam a impressão de um corpo só, maciço, agarradinho.

Mas era só impressão, e no final das contas, chega-se à conclusão: tudo é carnaval, pelos menos nesta época do ano.

Em uma fileira de garis, todos eles vestidos com o uniforme cor de abóbora, cada um munido do seu instrumento de trabalho, enxada, vassoura, carrinho etc. de certo modo apreciavam a animação. Ao que um indivíduo ancião levando numa das mãos uma sacola passou por eles e perguntou:

- E vocês, não vão brincar o carnaval?

- Nós, não! Vamos arrumar a bagunça.

Imagem da Galeria O espetáculo do bloco visto da janela é incrível, cheio de cares e gritos de animação
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