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Estudar o fenômeno da cinematografia montes-clarina é uma tese no mínimo curiosa

Estudar o fenômeno da cinematografia montes-clarina é uma tese no mínimo curiosa

Aquela terra do Norte de Minas gerou cineastas de alto calibre, e agora apresenta mais um, Eduardo Brasil, jornalista e radialista, com o longa-metragem “U ôme qui casô cua mula”.

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Direto da Redação

06-02-2023

09h:24

É no mínimo curioso pensar o que motivou, em Montes Claros, nas décadas de 1950/60 o despertar de várias pessoas para a arte de fazer cinema. Casos dos cineastas Carlos Alberto Prates Corrêa, Alberto Graça, Paulo Henrique Souto, Geraldo Maurício, Nenzão e mais perto de nós, agora, o jornalista e radialista Eduardo Brasil de Almeida, com a versão do cordel de Téo Azevedo, em filme de longa-metragem, com o título escrito em caracteres catrumano, “U ôme qui casô cua mula”.

Aqui, na intimidade com as minhas mangas de camisa, se a mim é permitido presumir coisas, o espírito do despertar para o cinema em Montes Claros deve estar relacionado à Semana da Arte Moderna, em 1922, em São Paulo, evento encabeçado pelo montes-clarino Agenor Barbosa, poeta, escritor, pessoa influente, na época, na capital paulista.

Disse no início ser “no mínimo curioso” porque Montes Claros, em pleno Sertão do Norte de Minas, desde épocas mais difíceis já abraçava a sétima arte com certa devoção, e tanto isso é verdadeiro, que, em tempo nem tão longe, a cidade possuía no mínimo seis cines – Coronel Ribeiro, São Luiz, Ypiranga, Olinda, Fátima e Montes Claros – o que era a maior diversão dos montes-clarinos.

Carlos Alberto Prates e Alberto Graça estão no Rio de Janeiro, ainda produtivos; Paulo Henrique Souto faleceu recentemente; Geraldo Maurício se encontra em Brasília; e Eduardo Brasil permanece em Montes Claros e é de lá que ele virá, no dia 23 deste mês, para a exibição do seu filme no cine Santa Tereza, em Belo Horizonte.

O filme é baseado no poema de cordel de Téo Azevedo, intitulado “U ômi qui casô cua mula”. Eduardo Brasil escreveu o roteiro e o submeteu ao autor do cordel. Conta ele: “Téo leu, gostou e sugeriu enviar para o ator Jackson Antunes, que já sabia da ideia e havia aceitado – na verdade, exigido – participar do filme. Jackson também gostou da adaptação e entendeu que ela deveria se transformar em um longa-metragem”.

Como se diz em Montes Claros, “foi batata”. Brasil conta que as locações foram realizadas em Alto Belo e Guaraciama, na Região Metropolitana de Montes Claros, categoria extraoficial, que, mais dia menos dia, será oficializada.

A exibição do filme, no cine Santa Tereza, às 19h, será gratuita, tem o apoio da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte. O interessado em assistir precisará antes fazer a reserva de ingresso, gratuitamente, a partir do dia 20 de fevereiro, no site diskingressos.com.

Na ocasião, quem lá estiver verá e ouvirá a viola, o canto e o lançamento do livro de Téo, intitulado “Léxico Catrumano”.

Imagem da Galeria O filme nasceu do cordel de Téo Azevedo e da competência de Eduardo Brasil
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