Direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Itajubá se diz apreensiva com entrega da Helibras
Lembra que o acordo feito em 2008 pelo presidente Lula com Sarcozi, prevendo a nacionalização da empresa, não foi cumprido em nenhum momento, e resultou na venda da Helibras.
Direto da Redação
04-02-2023
08h:20
A relação da Helicóptero do Brasil (Helibras), de Itajubá, na Região do Sul de Minas Gerais, com a francesa Airbus teve início no ano de 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que, na época, construiu uma parceria estratégica entre o Brasil e a França, por intermédio da Eurocopter, que se comprometia com a expansão da Helibras.
Com a parceria, o número de trabalhadores duplicaria, de 300 para 600, somados a outros 1000 indiretos. Mais ainda: prometia a transferência de tecnologia para a construção do “helicóptero brasileiro”, com tecnologia genuinamente nacional, além de a capacidade produtiva ser aumentada. Com a contrapartida do governo federal, de R$ 5,2 bilhões de investimento na empresa.
Apesar do tal acordo entre Lula e Sarcozi, presidente da França à época, as promessas não vingaram, e a maior parte das peças de composição de helicóptero continuou sendo importada o que se incorporou ao faturamento da Helibras.
Os Europeus, a essa altura, com 84% do capital, ficaram com 100% do controle da Helibras. “Assim se encerra, de forma melancólica, todo processo de entrega de uma empresa de tecnologia de aviação, aos Franceses da Airbus”, lamenta a direção do Sindicato dos Metalúrgicos.
No texto publicado em sua página no Facebook, a direção do sindicato diz que as demissões aumentaram e o número de contratações empacou. Emprega hoje 300 trabalhadores.
O sindicato afirma que a Airbus tem a pretensão de substituir os trabalhadores mais antigos, com salários mais altos, por jovens com custos menores.
Mais de 700 helicópteros a Helibras fabricou, o que gerou bilhões de reais aos franceses. Como única empresa de fabricação de helicóptero na América Latina, o sindicato acredita que os países detentores de participação em empresas semelhantes “não as renunciam, porque sabem ser geradoras de ciência e tecnologia”.
Para o sindicato, o esperado era que o governo de Minas avançasse rumo a participação maior na empresa e não a entregar aos europeus.
Acham eles que a Helibras seria importante para o desenvolvimento tecnológico e industrial do País, além de ser parte do processo de soberania estratégica do Brasil. Desse modo, o Sindicato dos Metalúrgicos acompanha apreensivo a entrega da totalidade do controle da empresa para a Airbus.
COMENTÁRIO CONTRÁRIO
O que foi lido até aqui se refere ao texto reescrito e resumido do publicado no site do Sindicato dos Metalúrgicos de Itajubá. Abaixo, como único comentário, o leitor denominado Pedro Rafiw contraria tudo classificando de “visão limitada e distorcida da realidade”.
Na opinião deste, o “Estado não tem que ter participação em empresas. Tem que pegar esse dinheiro e investir em educação, saúde e segurança que são as reais responsabilidades do Estado”.
Noutro ponto do comentário, ele afirma: “Estatal só serve para cabide de emprego para chegados de políticos. Isto e somente isto. Serviços caros e péssima qualidade. Vocês querem realmente melhorar a remuneração e qualidade de vida dos trabalhadores? Lutem pelo livre mercado que trará competitividade maior.