01-02-2023

13h:59

Maria Do Rosário Fróes*

O céu se reinventa a cada dia, a cada amanhecer, por vezes céu limpo sem nuvens, outras nublado prometendo chuvas, com ou sem chuvas, quente ou frio uma coisa é certa o milagre acontece, a luz aparece, o dia nasce, as horas continuam passando continuam sendo recontadas e o relógio não para.

Acordei, confusa, muitos sonhos a serem realizados e dispostos a atropelar meu dia reclamam de sua duração. Penso, acho que os dias estão mais curtos, só me resta acelerar, caso contrário faltará tempo. Contemplo o amanhecer através das fotos de meu amigo que pula da cama antes das seis para apreciar o fenômeno. Ele diz, hoje o dia nasceu assim.

Ainda deitada estico meu esqueleto, percebo que meus joelhos existem com todo o seu potencial demonstrativo, doloridos, viro para o outro lado dou de cara com o ciático enrijecido. Orgulhoso, ele se apresenta, dói com força, orgulha-se por existir, para não ficar para trás os pés se apresentam, estico os dedos, eles acusam um que não responde aos movimentos, está com artrose.

A festa continua na mesinha de cabeceira os remedinhos de pressão e circulação, engulo os dois com um só gole de água. Agora sim vou pular da cama, dessa vez me impede a mente. Diz: “Tem certeza de que vai se levantar? Percebestes que seu dia ainda não raiou, que não ouvistes o galo cantar, muito menos os passarinhos gorjearem; sabes se a madrugada foi escura, se no céu havia estrelas?

Não sei nada disso, concluo, meu dia nasceu do dia de meu amigo. A luz que ilumina neste momento meu quarto escuro é a luz da Cemig, ao constatar tal fato apago a luz puxo a coberta me rebuço, vou dormir mais um pouquinho. Penso, vou desacelerar, uma preguiçazinha não faz mal a ninguém. Além do mais, as ferramentas que contribuem com os meus movimentos vão gostar, minha existência comemora.

Bom dia! Não resisti muito, pulei da cama meu café já se encontra na xícara vou degustar.

*Advogada no Rio de Janeiro.