Venda de ações da Helibras deixa o Sindicato dos Trabalhadores com uma dose de apreensão
Para o dia 2 de fevereiro, o Sindicato tem marcada uma reunião com representantes da Helibras a fim de saber sobre a questão das garantias para manutenção dos trabalhadores.
30-01-2023
08h:44
Anes Otrebla*
Entre os trabalhadores da Helicóptero do Brasil (Helibras), de Itajubá, agora sob novo controlador, na Região Sul de Minas, há insatisfação porque o governo do Estado vendido as ações da empresa, que o então vice-presidente da República Aureliano Chaves levou para a terra dele, em 1978.
“Vendidas a preço de banana”, é o que eles dizem. Somado a isso, a perda do controle na empresa significativa em relação à defesa nacional. Mais ainda a venda das ações gerou: os cerca de 400 trabalhadores estão se sentindo sob risco.
Enquanto isso, alerta José Carlos dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itajubá: “Nós defendemos que o Estado deveria ter adquirido mais ações para ter um domínio maior e não entregar o que detinha. Isso coloca os trabalhadores em total vulnerabilidade”.
Para o dia 2 de fevereiro, o Sindicato está com uma reunião marcada com representantes da Helibras a fim de conversar sobre a questão dos trabalhadores da empresa. Foram dados sinais de permanência dos funcionários e quanto a sede em Itajubá. Mesmo assim o Sindicato quer “garantias legais” do acordo.
Tanto a Helibras como o metrô de BH fazem parte do “Programa de gestão de portfólio da Codemge”, projeto que é questionado e “alvo de rejeições” do TCE – Tribunal de Contas do Estado. O TCE chegou a suspender o programa porque o considerou “uma forma de privatização”.
Entende o Sindicato dos trabalhadores que para desestatizar empresas de Minas, antes é preciso um plebiscito à população, e de aprovação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Não obstante isso, aconteceu a transação das ações da Helibras autorizada pelo próprio TCE, de acordo com “julgamento de agravo emitido em dezembro de 2022. O documento permite a alienação de alguns ativos da carteira da companhia, dentre eles, a participação direta na Helibras”.
Sem dúvida, se depender do governador Romeu Zema, ele quer privatizar tudo que é empresa estatal, dentro do tal programa da Codemge. Que um Estado diminuto, porém, acreditam os trabalhadores, isso enfraquece o poder de Minas Gerais.
O deputado federal Rogério Correia (PT) lembra que o governo mineiro privatizou o metrô de BH e tem intenção de fazer a mesma coisa com a Cemig e a Copasa. Ele critica o governador dizendo que Minas está cada vez mais endividada e Zema devia antes de qualquer coisa sanar as contas públicas.
*Jornalista.