26- 01-2023

19h:02

Bertoldo Pena

Andar por certos lugares da capital mineira é um bom exercício tanto para a parte física como principalmente do espírito, da mente e do emocional de quem o pratica.

Quem alia uma coisa às outras, e tem olhos de ver e observar por onde se anda, descobre que em meio a essa Belo Horizonte abarrotada de veículos automotores, há uma cidade antiga escondida entre os edifícios.

Se se pode destacar um imóvel como exemplo dessa cidade de arquitetura mais antiga, um plantado na confluência de Rua Santa Catarina com Avenida Álvares Cabral (foto) ainda resiste ao tempo e além de sua beleza arquitetônica, com parede abaulada, possui à frente, e do lado de fora, um belo jardim.

Não ousei apertar a campainha do portão para tentar falar com algum morador, a fim de saber mais sobre a construção do imóvel, e se é tombado pelo patrimônio público ou não, e saber sobre os cuidados com o jardim. Apreciei com os olhos da alma.

Bem perto dali, na Avenida Prudente de Morais, na Cidade Jardim, a sede do Museu Abílio Barreto, um sobrado colonial, leva qualquer um a viajar de volta a algum momento bucólico vivido em certa fazenda no interior do Estado, quando criança.

Já foi dito aqui, noutra ocasião, que Belo Horizonte está na terceira geração urbana, porque a cada dia se observa uma transformação. Uma casa, em algum bairro tradicional é derrubada da noite para o dia e no lugar cresce mais um espigão.

Voraz é a mudança da capital mineira para quem absorveu pelas meninas dos olhos uma urbanidade romântica até e com poesia.

A impressão que a mim dá é a de que passa da hora de a capital mineira parar de crescer. O momento é de a administração investir em espaços públicos, em obras para o bem-estar popular de modo a humanizar Beagá.

Urge requalificar o Centro da capital.

*Escritor