23-01-2023

18h:15

Rolando T. Neves*

Em Minas Gerais, não se pode ser radical em matéria de exploração de minerais, e, no caso, as atenções vão para o minério de ferro, dos mais encontrados nos contrafortes da Serra do Curral, cartão postal de Belo Horizonte, que deve ser tombada para acabar de vez com as ameaças e práticas degradantes dela.

Há muitos outros lugares nessas Minas Gerais que podem e devem ser minerados, porque a sociedade moderna não vive sem algum objeto de metal. Os japoneses não, mas os ocidentais têm o costume de manusear talheres de metal no almoço e no jantar.

Basta rodopiar nos calcanhares para ver o tanto de metal há ao nosso redor, daí não se poder radicalizar ou querer a extinção da mineração.

O que os empresários têm a fazer é continuar as operações, mas dentro das regras ambientais, obedecendo a todas, conscientemente, porque nos nossos dias não se admite mais pensar só nos dólares da exportação sem se importar com a reposição e os cuidados com os humanos e o ambiente.

Evidentemente, não há como ao praticar a mineração buscar o que está no subsolo sem abrir a superfície, mas o setor deve investir em tecnologia que seja capaz de reduzir ao máximo os estragos no ambiente, com responsabilidade.

Os empresários têm a obrigação de fazer tudo direito, dentro dos conformes, como se diz, porque a vigilância, hoje em dia, não é só interna, por meio dos canais ambientais oficiais, mas, muito mais pela pressão vinda do exterior, da parte dos comprometidos com as ações que possam reduzir os efeitos das mudanças climáticas em curso.

Os sinais vêm sendo dados pela própria Mãe Natureza faz muito tempo. Como sói acontece com os humanos, é sempre necessário ver para crer, por espírito de imitação do apóstolo Tomé, que não acreditava na ressurreição de Jesus Cristo. Ele viu e creu.

No nosso meio, nas imediações, nessas minas gerais, no Brasil e no planeta Terra de modo geral, os sinais estão sendo dados. É como se as mudanças climáticas estivessem nos dizendo, por meio dos arco-íris duplos, “vejam, estamos chegando”.

*Jornalista.