21-01-2023

09h:50

Anes Otrebla*

Ao tomar conhecimento da idade de muitos mineiros presos em decorrência dos atos terroristas praticados por seguidores do ex-presidente, que se encontra nos Estados Unidos, quem tem cabeça não só para separar as orelhas, faz uma reflexão, no lugar deles, que vai de um extremo ao outro.

O que se passaria agora pela cabeça do jovem mais novo, entre os presos, de apenas 19 anos, quando o cidadão está iniciando a vida; será o que o levou a participar duma empreitada dessa, encalacrando a vida logo quando inicia a fase adulta?

Estaria ele com o mesmo pensamento dos mais velhos, como o do cidadão de 73 anos de idade, também preso, que naquele momento estarrecedor, quando o Brasil e o mundo todo assistiam os atos de terrorismo, estava a participar da tomada do poder? Triste sina.

O jovem de 19 anos, ouso especular, a essa altura deve estar a pensar na enrascada em que se meteu. Se ele tiver cometido, na ocasião, um ou mais crimes, na flor da idade, começar assim, isso pode ser para ele, ao cair na real, semelhante ao que acontece a quem quer voar e é puxado para baixo.

Tomara os sonhos desse jovem não se desfaçam, mas sejam adiados até ele obter a notícia do que o espera. Desesperar nada adianta, pois é aprofundar ainda mais o problema no qual se meteu. A maturidades virá e, certamente, terá tempo de assumir o espírito democrático. Penso que uma situação desta remete a quem a vive à reflexão. É uma severa lição de vida!

O cidadão de mais idade dentre os mineiros presos, o de 73 anos, lá com os botões dele deve estar a se lamentar por ter entrado nessa esparrela, se deixando levar por notícias falsas, desconsiderando os resultados das urnas eletrônicas.

O comportamento dele lembra o de quando se era criança e na época se podia penetrar os mistérios das histórias da carochinha e dos contos de fada. Parece até ter sido picado por um vírus e passou a delirar. Mas a realidade é cruel!

E agora José? A essa altura do campeonato, tinha de ser assim? No seu currículo tinha de estar um registro desse, de “patriota” que escuta canto de sereia e faz contato com seres extraterrestres por meio de aparelho celular?

Vestir-se de amarelo com a camisa da Seleção Brasileira ou com a bandeira do Brasil não faz ninguém mais patriota do que o outro cidadão nascido nestas terras invadidas pelo navegante português Pedro Álvares Cabral.

Depois de tudo acontecido, será que alguém ainda pode acreditar naquela turba, caso tivesse obtido êxito, ela passaria confiança para quem usa a cabeça com intuito de raciocinar, interpretar, sonhar sonhos factíveis em benefícios de todos, e não de um grupelho?

Ora, com efeito, sinhô!

*Jornalista.