20-01-2023

09h:03

Maria do Rosário Frões*

Caríssimo amigo, ao ler seu legítimo texto concluo: continua bem assim, nossos insípidos juízes substitutos, sequer se interessam pelas demandas urgentes de suas comarcas substitutas, só precisam cumprir um prazo para saírem.

O xis da questão está aí. Sem educação, sem conhecimento de nada, muito menos da lei, a população, as pessoas que habitam nesses pequenos municípios são reles indivíduos vivendo ao acaso, ao léu, felizes por ouvirem o canto dos pássaros-pretos, das cotovias, dos sabiás.

Enquanto isso, sustentam, indivíduos que nada querem neste lugar talvez nem consigam identificar os cantos dos passarinhos, porém, o que importa este lugar? São Juízes, advogados recém-formados que só buscam salários.

"Juízes" cumprem os prazos de seus interesses próprios, de olho na promoção. Afinal, por que fazer algo se a população analfabeta nada entende de lei? "Farinha pouca, meu pirão primeiro, ficarei por aqui até cumprir o prazo de minha experiência". 

Para o cidadão comum, "CLT, 90 dias de prazos prorrogáveis". Para o juiz que acabara de passar na prova de aptidão, nada mais que algum tempo, não se interessam sequer para ganhar alguma experiência.

Enquanto isso, o Sertão continua com o viço e a chibata do coronel. Lamento dizer isso, mas convicta concluo que vivo essa realidade na cidade que nasci. Grão Mogol, Norte de Minas Gerais, contribuindo com aqueles que continuam fora da lei e mandam como nos tempos de Dom João.

*Advogada no Rio de Janeiro, nascida em Grão Mogol.