11-01-2023

18h:37

Rolando T. Neves*

Uma minuta de decreto encontrada em meio aos pertences do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e agora ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, acaba de pôr mais lenha na fogueira dos bolsonaristas terroristas que depredaram as sedes do Três Poderes da República.

Trata-se de uma minuta que destituiria o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao ponto de mudar o resultado das eleições que deram vitória a Luiz Inácio Lula da Silva. A tal minuta é o elo entre Anderson Torres e o sr. Jair Bolsonaro, e enquanto o vandalismo acontecia, aqui, os dois estavam em Orlando, nos Estados Unidos.

Anderson Torres estaria vindo para o Brasil amanhã, com pedido de prisão decretado, e a situação dele poderá complicar um pouco mais e com a dele a de Bolsonaro.

O Conselho Nacional de Justiça informa: 1.418 pessoas foram presas em Brasília, domingo, e levadas a duas penitenciárias. 1.196 estavam no acampamento na porta do quartel-general do Exército.

E a Advocacia Geral da União (AGU) divulgou os nomes dos oito mineiros e uma empresa de Frutal que financiavam atos antidemocráticos. De Belo Horizonte: Bruno Marcos de Souza Campos, Daniela Bernardo Bussolotti, Hilma Schumacher, Pablo Henrique da Silva Campos e Patrícia dos Santos Alberto Lima;

De Paracatu, Jasson Ferreira Lima. De Juiz de Fora, Cláudia Reis de Andrade; de Nova Ponte, Franciele Sulamita de Faria; de Frutal, Gran Brasil Viagens e Turismo.

Não tem escapatória, podem espernear, podem fazer o que quiserem, mas cada um dos que participaram do vandalismo nas sedes dos Três Poderes, no Distrito Federal, terá de pagar pela manifestação antidemocrática e de terrorismo.

É o que promete o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Uma característica dos bolsonaristas é criar provas contra si mesmos. Vaidosos que muitos deles são, fizeram self, fotografaram e filmaram tudo, com postagens nas redes sociais, de modo que apurar os crimes praticados não será difícil para as polícias responsáveis pelas investigações.

Se 1.196 deles estavam em frente ao quartel, no domingo, 8, significa que a maioria já se encontrava preparada para entrar em ação e ali estava ciente do plano, que agora vem sendo desvendado, de consumar os atos contra os Três Poderes.

Não há como desvincular os bolsonaristas da pecha ganha depois de participarem dos atos antidemocráticos.

Assim como não se pode tirar do foco principal o sr. Jair Messias Bolsonaro, que, se tivesse permanecido aqui não daria tanta bandeira, como se diz, do que ter saído de uma forma parecida com fuga do País para não ser preso.

Nos Estados Unidos, 41 deputados norte-americanos querem que o governo Biden extradite o sr. Jair Messias, e isso só não será mais vergonhoso do que se o pedido partir também do governo brasileiro. Talvez melhor e menos vergonhoso para ele é voltar e encarar tudo que o espera.

Os deputados norte-americanos criticaram a falta de criatividade de Bolsonaro ao executar um plano semelhante ao do ex-presidente Donald Trump, quando incentivou a invasão do Capitólio por não aceitar a vitória de Biden.

Desvencilhar das broncas, ele não vai conseguir pelo que se pode presumir porque passou os quatro anos de desgovernos ameaçando fazer o que tentou e dizia lá atrás que faria se um dia fosse o presidente da República.

Por mal dos pecados dos brasileiros, ele acabou se elegendo presidente e tentou infernizar a vida nacional, mas não conseguiu porque foi derrotado nas urnas eficientes as quais, ele sim, tentou burlar dizendo não serem seguras.

Duvido que a essa altura dos acontecimentos, haja algum cidadão ou cidadã brasileira que gostaria de estar na pele do sr. Jair Messias. Ele demonstrou a fartar não ter preparo emocional algum para enfrentar situações adversas como as que o aguardam.

*Jornalista