Minas Gerais precisa prestar atenção nas suas terras-raras, para não ficar nas mãos da China
Pelo menos três município mineiros concentram dez milhões de toneladas, e, no entanto, o Brasil gasta US$ 7 milhões para importar terras-raras, mineral do qual as gerações de hoje dependem.
Direto da Redação
25-12-2022
08h:39
O nome do nosso Estado, Minas Gerais, significa que aqui há minas de tudo, inclusive das chamadas terras-raras, coisa que muita gente nunca ouviu dizer. São terras do grupo de 17 elementos químicos usados para fabricar objetos como esse que o leitor destas linhas tem em mãos neste momento.
Com material extraído das terras-raras, hoje em dia, se fazem monitores de aparelhos de televisão plasma, ímãs e outros.
A questão é que as minas de terras-raras daqui não são exploradas. Sabe onde ficam essas terras-raras? Em Tapira, Patrocínio e Araxá, na terra do governador reeleito, Romeu Zema.
E o volume é de dez milhões de toneladas, que mais dia menos dia deverá ser explorado – enquanto os governos federal e estadual dormem no ponto – como sempre por alguma companhia estrangeira, como a Vale.
E para que todos nós mineiros e brasileiros possamos ficar informados, a especialistas Marina Zhang, professora associada do Instituto das Relações Austrália-China da Universidade de Tecnologia de Sydney, em entrevista à publicação intitulada Sputinik, afirma que, brevemente, os Estados Unidos da América do Norte vão confrontar com a China por causa das terras-raras que Minas Gerais ainda nem se despertou para elas.
A especialista afirma que ultrapassar a liderança dos chineses será a tarefa mais difícil, dentro em breve, para os norte-americanos. Estes, em seu território, têm só uma mina. A China, caladinha, na surdina, tem o controle de cerca de 90% do mercado global de terras-raras. Mais – e a Casa Branca sabe disso – a China “controla 87% do mercado global de ímãs permanentes, usados em motores elétricos, sistemas de defesa, eletrônicos e turbinas eólicas”.
Até aqui, o leitor deste diariodeminas.com.br já tem uma boa noção do que são terras-raras e a importância que os chineses, espertamente, deram a elas e por isso chegaram a esse ponto de dominar mercados.
Ainda segundo a especialista, nas próximas duas décadas, a demanda “desses elementos aumentará em mais de 400%, inclusive devido ao desenvolvimento das chamadas tecnologias verdes”.
Nos Estados Unidos, a extração é feita pela “MP Materials”, no estado da Califórnia, de 2,1 milhões de toneladas de minerais de terras-raras, o que não faz nem cócegas no potencial chinês, de 44 milhões de toneladas.
Enquanto isso, US$ 7 milhões são gastos pelo Brasil para importar terras-raras, o que representa 1% do mercado mundial.
O que se está esperando para explorar essas minas, não se sabe, porque a Vale, que estaria interessada nisso não fornece informações, faz como a Minerações Brasileira Reunidas (MBR), a qual sucedeu, fazia naqueles tempos bicudos ditatoriais.
Hoje é a Vale do Rio Doce que está de olho nas terras-raras.