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Ao aumentarem os próprios salários, os políticos do Congresso provaram acreditar em papai noel

Ao aumentarem os próprios salários, os políticos do Congresso provaram acreditar em papai noel

Com o País na situação em que o Partido dos Trabalhadores (PT) e o próprio presidente diplomado disse estar recebendo o Brasil, da pior maneira, os políticos deram a si mesmos presentão de Natal.

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Direto da Redação

23-12-2022

16h:13

Alberto Sena*

Até os meus sete anos de idade ainda acreditava em papai noel e a vez que mais me deixou eufórico com a bondade dele, foi quando me deu uma bicicleta de presente. Se me permitem, vale contar rapidinho como tudo se deu.

Chovia forte em Montes Claros, no Norte de Minas, lá onde toda chuva é abençoada, criadeira. A porta do meu quarto estava aberta e quando abri os olhos dei de cara com uma bicicleta estacionada ao lado da mesa da sala.

Foi logo depois disso que, embora tivesse feito um buraco no cobertor para espiar a chegada de papai noel, sem sucesso, descobri ser ele “o pai da gente”. Não fiquei decepcionado com o fim da fantasia porque passei a amar mais ainda o meu pai.

Ao refletir sobre papai noel, conclui que os políticos brasileiros, de modo quase geral, acreditam piamente nele, apesar de muitos deles serem pais, avôs ou até bisavôs. Senão, como explicar a repentina decisão de aumentar os próprios salários e dos governantes?

Até o salário do presidente Lula, antes de tomar posse, ele já vai receber com aumento, no primeiro mês de trabalho.

Vendo a CNN, um programa em que são entrevistados dois políticos, um da situação e outro da oposição, quem apresentava teve dificuldade de encontrar um e outro. Certamente, apanhados assim com esse presentão de papai noel, eles mesmo se sentiram constrangidos por não terem argumentos convincentes para explicar o aumento de salários.

Com o País na situação em que o Partido dos Trabalhadores (PT) e o próprio presidente diplomado disse estar recebendo o Brasil, da pior maneira, como nunca se viu.

Não que seja proibido aumentar salários, mas tudo depende da dose e do momento crucial em que o País vive. Aqui por Belo Horizonte, a capital, tornou-se cena comum no Centro da cidade encontrar gente nas calçadas, ao relento.

Com a PEC que quase foi necessário o uso de fórceps para a criança nascer, com a fome que grassa em todos os quadrantes e muitos problemas mais, os políticos ainda tiveram a desfaçatez, aproveitaram do momento e aumentaram os próprios salários.

Provaram eles para toda a sociedade brasileira – quiçá mundial – que acreditam mesmo em papai noel, ao receberem um presentão desse, e certamente estão eufóricos, tanto quanto o autor dessas linhas, quando tinha sete anos e acreditava no velhinho.

A diferença é que meu pai me deu uma bicicleta e desde então vivo pedalando sem parar. Pedalando, pedalando...

*Jornalista.

Imagem da Galeria O presente da papai noel dos políticos lá do Congresso repercutiu aqui, em BH, e no mundo
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