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Sigma Lithium faz a diferença no Vale do Jequitinhonha com produção do “lítio verde”

Sigma Lithium faz a diferença no Vale do Jequitinhonha com produção do “lítio verde”

A co-CEO da Sigma, Ana Cabral, em vídeo conferência, passou credibilidade, mas o DM, como São Tomé, quer ver para crer na produção de “lítio verde” por meio de mineração, ação agressiva.

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Direto da Redação

21-12-2022

08h:15

Alberto Sena*

O Diário de Minas teve boa conversa com Ana Cabral-Gardner, co-CEO da Sigma Lithium, por meio de vídeo conferência, ela em Nova Iorque, nosso diretor, Soelson Araújo e Alberto Sena, em Belo Horizonte (MG).

Nesta ocasião, ela pôde desfazer um mal-entendido relacionado com cerca de cem carretas e bitrens estacionadas nas adjacências de um posto de gasolina, na cidade de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. A Sigma ainda não começou a operação, o que só vai acontecer a partir de abril de 2023.

As carretas e os bitrens foram chamados pela Companhia Brasileira de Lítio (CBL), que, duma só vez exporta os rejeitos de sua exploração do minério acumulados faz anos, volume tão grande que eles mesmos nem sabem mensurar. E, evidentemente, a movimentação de tantos veículos de grande porte chamou a atenção. E devem ter aumentado ainda mais os estragos das estradas até o porto de Açu, no Rio de Janeiro, rumo à China.

A co-CEO da Sigma passou para nós credibilidade ao assegurar que a empresa não está ali no Jequitinhonha só com a intenção de explorar o lítio que é o combustível do presente-futuro, mas também para participar da vida das comunidades, oferecendo além dos royalties, normalmente 2%, a Sigma deixa 4%, sem ter iniciado a operação de fato.

COP27

Ela está focada na Conferência da Organização das Nações Unidas (COP27), e a Sigma, como empresa precisa estar em sintonia com a agenda dos nossos tempos ocupada com a busca de soluções baseadas na natureza.

Ana é uma das executivas do grupo de 20 mulheres escolhidas pela socióloga Rosângela da Silva – Janja - esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que terão a missão de   auxiliar a agenda de Lula nas pautas socioambientais.

Só para se ter uma ideia do nível das mulheres do grupo, além de Ana Cabral, executivas Camila Valverde, diretora de impacto do Pacto Global da ONU no Brasil, Denise Hills, diretora de sustentabilidade da Natura, Tanaka, gerente de sustentabilidade da Ambev, Teresa Vernaglia, CEO da BRK. 

Na pauta de Janja está a necessidade de avançar nos Objetivos Sustentáveis da ONU e na Agenda 2030, que olha para temas como igualdade de gênero, raça, e outros mais carentes de atenção.

SIGLA ESG

A Sigma instalada em Araçuaí e em Itinga tem origem canadense.

E dentre as mineradoras está, segundo Ana Cabral, fazendo a diferença porque se enquadra na sigla ESG, em inglês, “Environmental, Social and Governance”, características de mina que opera com observância Ambiental, Social e Governança, traduzido ao português, com uso de energia renovável, isto é, possui uma fonte hídrica e recicla 90% da água e 10% se perdem na evaporação.

Registrar nestas linhas tudo que foi conversado neste vídeo conferência é impossível, mas vamos às narrativas mais interessantes a serem tratadas, como a necessidade de a empresa ser a mais transparente possível a fim de se evitar especulações em uma sociedade hoje desconfiada ao máximo principalmente porque vivemos a era das “fake news”.

Falamos sobre a necessidade de a Sigma investir mais em um projeto de relações públicas para conhecer de perto as carências do Jequitinhonha. Ela disse, e concordamos, que com a posse o presidente Lula, a tendência é de surgirem muitas oportunidades no País e no Jequitinhonha, que tem agora a oportunidade de ser redimido, desde que os recursos que serão injetados pela via dos royalties, sejam aproveitados de maneira republicana.

APOSTOLO TOMÉ

Dissemos à Ana Cabral que o Diário de Minas é como o apóstolo Tomé, precisa ver para quer, porque teorizar o que é a empresa e o que ela já gastou para se implantar e ainda vai gastar para iniciar a produção e outros dados econômicos relativos à exploração do lítio, a gente pode acreditar ou não, embora ela, com o seu jeito convincente, e se pode até dizer, apaixonado pela empresa, é uma coisa.

Outra, completamente diferente, é a gente fazer como os repórteres faziam nem tão antigamente assim, costumavam ir ao local em busca da verdade dos fatos e não se limitavam a receber notícias de agências

Nós queremos conhecer de perto ao vivo e em cores o que afinal a Sigma está fazendo no Vale do Jequitinhonha. Queremos ver as cavas e principalmente como é feita a produção do propalado “lítio verde”, que, para quem, como nós, não conhece o que é isto, grande é a curiosidade de ver como é, senão ficamos aqui a imaginar que tudo não passa de um velho discurso renovado, como o deplorável “reflorestamento” de eucalipto, que estragou o Sertão do Jequitinhonha, secou dezenas de nascentes e madeiras são exportadas a mancheias.

Ana Cabral, muito gentilmente, nos convidou a ir lá para ver de perto, e é o que vamos fazer em 2023, com direito a filmar e fotografar tudo, além de obter informações no local, mesmo porque a gente sabe que as pedras falam. Há que fazer a leitura delas.

“LÍTIO VERDE”

Teoricamente, segundo Ana Cabral, o “lítio verde” é assim chamado porque é produzido com base em três princípios – e ela mostrou três dedos –, sem uso de produtos químicos poluentes no processo de purificação, empilhamento a seco e recirculação da água captada e tratada do Rio Jequitinhonha. Isso faz da empresa a única no mundo a minerar sem agredir tanto o meio ambiente.

A Sigma até adquiriu terras em áreas de pastagens próximas de sua planta. para fazer o reflorestamento com espécies antes existentes no local, para compensação de carbono.

Mais: a Sigma pretende alcançar até 2024, metas liquidas zero.

Isso é uma estratégia da empresa com o fito de geração de créditos de carbono.

A mineradora já criou condições para triplicar a produção de lítio estimada para os próximos anos. Inclusive, como disse Ana Cabral, já conseguiu os recursos para realizar o desafio.Ana Cabral deu a impressão de ser uma supermulher, entusiástica com o trabalho que desempenha, trabalhando o tempo todo, apesar de estar com o filho no CTI de hospital (ela não explicou a causa). Além de falar quase sem parar, ela reforça a fala com seu jeito característico de gesticular, o que dá mais ênfase aos seus argumentos.

O diretor do Diário de Minas, Soelson Araújo, convidou a Sigma, por intermédio da co-CEO, a participar de um documentário, em fase de planejamento, sobre a história do Vale do Jequitinhonha, desde os tempos históricos até os nossos dias, e ela aceitou com a maior delicadeza e entusiasmo.

O QUE VAI DEIXAR

E depois que a fonte de lítio se exaurir, a empresa deverá deixar as cavas abertas, como muitas mineradoras fazem, impunimente? Não, disse Ana Cabral, que se diz ambientalista por princípio, a empresa irá cobrir as cavas com os rejeitos e arborizar tudo.

Essa é a intenção em relação às duas cavas, mas uma delas será transformada em um lago, a pedido da própria comunidade, que levou em conta a escassez de água na região. Com esse argumento, uma das cavas não será recuperada com a vegetação característica do local.

O saldo maior da nossa conversa com ela foi a promessa de uma interlocução mais empática com as comunidades de modo a melhorar as suas condições de vida. Investir no social, baseado nas carências do Vale.

Se todo o discurso dela tornar-se uma realidade, a Sigma poderá deixar a região, ao final de tudo, como a empresa que promoveu a redenção do Jequitinhonha, transformado em “Vale do Lítio”, em consonância com o famoso “Vale do Silício”, em inglês, “Silicon Valley, na Califórnia, nos Estados Unidos da América do Norte.

Imagem da Galeria A economista Ana Cabral, da Sigma Lithium, falou ao DM, com exclusividade, de Nova Iorque, por vídeo conferência
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