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Beleza da Praça Raul Soares, em BH, não é completa devido ao problema social que nela habita

Beleza da Praça Raul Soares, em BH, não é completa devido ao problema social que nela habita

Bem cuidado, o logradouro ficou lindo. A praça não fez parte do projeto inicial da construção da capital mineira. Foi criada depois e hoje é da maior importância para a cidade de 125 anos.

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Direto da Redação

15-12-2022

07h:27

Bento Batista*

Embora o tempo estivesse nublado e com alguns pingos e respingos de chuva, levantei-me da cama com a disposição de ir à Praça Raul Soares, importante logradouro da capital mineira, que já passou por várias intervenções e ao que tudo indica está passando por mais uma.

Precisei ir ao Mercado Central a fim de comprar pequis na banca de Cleverson; castanhas do Pará, de caju, noz e amêndoas em outras bancas, além de mel de abelhas, florada silvestre, que a cada vez é encontrado mais caro, e isso precisa ser revisto pelos apicultores e comerciantes; então, aliei uma coisa à outra – o prazer de andar e dar uma espiada na Praça Raul Soares.

Lá cheguei e dei uma olhada nela de longe. Antes de adentrá-la, percebi que sacar uma foto dela estando ao nível do chão, talvez não conseguisse mostrar a grandeza de sua beleza, então tive a ideia de conversar com Roberto, um funcionário de uma casa de material para automóveis, a fim de saber se podia ir à sacada do estabelecimento, a fim de tirar fotos de cima, para melhorar a visão.

Ele foi cordial, facilitou tudo, mas tinha de dar a volta porque a entrada era pela Rua Timbiras. Dei a volta e a moça da portaria me recebeu bem, expliquei para ela a minha intenção e pude então sacar essa foto que ilustra a matéria. Fiz outras, claro, mas neste espaço só cabe uma.

De fato, a Praça Raul Soares está linda, mais linda ainda ficaria se algumas pessoas em barraca iglu ou mesmo sobre a grama, tivessem um lugar onde morar para não terem de ficar ali, ao relento, sujeitas às intempéries e outras coisas mais.

Gostaria de estar a falar só sobre a beleza da praça, com cana-da-índia embelezando a paisagem com a sua cor vermelha e amarela. Com as chuvas, os gramados estão verdinhos, mas o problema social ali está a chamar as atenções das autoridades e da sociedade belo-horizontina.

Para os proprietários de bares e restaurantes ao redor e nas áreas adjacentes à praça, o investimento que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) fez ali, deu uma recuperada nela, de modo que a frequência noturna, principalmente, ganhou mais atrativo com a praça resgatada.

Se há recursos para investir e embelezar uma praça, será que não sobrou nada que pudesse resolver a questão dos que ali se encontram, por que são vítimas de uma política social injusta?

No momento em que lá estive, homens da PBH cuidavam do corte de grama e outros tratos, jogando o que foi extraído dali na carroçaria de um caminhão. Foi um deles que me deu nome da planta de flores vermelhas – cana-da-índia – que ele chamou de “caninha-da-índia”.

A cana-da-índia ou “canna indica” é planta alimentícia, não convencional, e não sabia disso, mas é comestível. É encontrada “com flores amarelas, avermelhadas, rosadas ou alaranjadas, de tamanho médio, com folhas verde-escuras bem largas”.

É usada também para fins medicinais, segundo a Wikipedia. As sementes e folhas têm forte ação diurética e antioxidante. O caule subterrâneo “pode ser cozido e consumido junto com a comida”. Embora seja conhecida apenas como planta ornamental.

Mas, voltando à praça, o nome dela era “Quatorze de Setembro”, e ela não nasceu com a capital. Foi construída depois, com traçado do arquiteto Érico de Paula. Com “elementos geométricos nas calçadas portuguesas, que fazem referência à cultura marajoara e ao estilo art déco”, o arquiteto deu vida à praça.

*Jornalista.

Imagem da Galeria A Praça Raul Soares está bonita e é de grande importância para Belo Horizonte
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