10-12-2022

06h:15

Elisane Amaral*

Dizem por aí que, se um passarinho escolhe seu quintal como lugar seguro pra fazer seu ninho/lar, é sinal de prosperidade, boas novas e tudo mais. Agora, se o passarinho é um Sabiá, é como ser coroado na Terra, confesso, pois junto a essa "inquilinidade" da Natureza, vem consigo o canto lindo do bichinho, a convivência com a família (dele e a minha), voos rasantes pelo jardim e descobertas muitas sobre o universo “sabiático”. Listarei aqui as deliciosas constatações a que tenho chegado, até então:

O Sabiá macho, pai zeloso e marido esmerado, vem, nas horas certas das refeições, trazer comidinha na boca (no bico) dos filhotes e da esposa! Sim. E nem é Lua de Mel.

O Sabiá macho, pra avisar que está por perto e chegando, flauteia seu canto, alternando entre o som característico dos sabiás e um “flufluar” que mais me parece carinho. Isso mesmo!

Ainda que esteja com o bico cheio, o danadinho consegue cantar e, vale dizer, seu som atinge até 75 decibéis (pouco menos que o ruído do tráfego). Talvez por isso, há quem não goste muito deles, pois, quando a Primavera chega, eles aparecem por aí, madrugando todo mundo que queira dormir até mais tarde.

Fato interessante sobre o universo Sabiaresco é que o número três prevalece no histórico de perpetuação da espécie. Vamos a eles: A sabiá- fêmea bota de *três* a quatro ovos em cada ninhada. Os ovos demoram *treze* dias para eclodirem. Os filhotes demoram *três* semanas até que estejam prontos para saírem do ninho. Cada fêmea choca *três vezes ao ano. Já a média de vida desses adoráveis é de dez anos, caso a morte só os visite por velhice.

Portanto, se a vida lhes permitir observar mais detidamente a natureza por aí, talvez tenham a sorte de encontrá-los. Ou, aos mais sortudos feito eu, talvez sejam vocês os "escolhidos".

*Graduanda em poeta/cronista, reikiana, louca por livro, andu, pinha e gabiroba. Sonhadora contumaz! Estuda Psicologia Clínica em UNIFIPMoc. Mora em Montes Claros, de Itacambira (MG).