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Pirulito da Praça Sete, com o passar do tempo, se transformou numa peça invisível

Pirulito da Praça Sete, com o passar do tempo, se transformou numa peça invisível

O obelisco surgiu em 1922, justamente quando se realizava em São Paulo, a Semana da Arte Moderna, Chegou a ser levado para a Savassi, mas acabou voltando para o chamado “Marco Zero”.

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Direto da Redação

06-12-2022

07h:02

Alberto Sena*

A importância da Praça Sete, miolo do Centro de Belo Horizonte, Marco Zero, mudou muito com o passar do tempo, de 1922 para cá, quando foi instalado ali o famoso obelisco, chamado de Pirulito.

Houve até uma ocasião, 1963, que o obelisco foi transferido para a Savassi, mas depois de alguns anos, 1980, ele voltou ao seu lugar original, onde se encontra atualmente.

Evidentemente, o obelisco foi instalado ali para lembrar Sete de Setembro, dia em que se comemora a independência do Brasil do jugo português.

Foi instalado bem no Centro nevrálgico da capital.

Hoje em dia, no vaivém da Praça Sete, as pessoas nem mais prestam atenção ao monumento. Tornou uma peça comum na paisagem urbana.

O trânsito de carros e a multidão são como biombo para o Pirulito. Não se presta atenção nele.

Todavia, quem quer visibilidade política ou não, quer aparecer de alguma forma, costuma usar o obelisco como ponto. Mais devido à visibilidade da área do que propriamente do monumento famoso, a cara de Belo Horizonte esculpida em pedra granítica e não em mármore carrara.

O QUE É

Obelisco é uma peça usada como monumento arquitetônico comemorativo.

Surgiu lá no antigo Egito. Os egípcios usavam-no para adorar o deus do sol, Rá, de sua mitologia. Era considerado como peça de proteção no Egito antigo.

Os egípcios acreditavam ter o obelisco o poder de ajudar a dissipar as energias negativas formadas nas cidades, evitando eventos catastróficos originários da Natureza.

A palavra obelisco, etimologicamente falando, vem do grego “obeliskos”, quer dizer “pilar” ou “espeto”.

A sua forma é quadrangular e ligeiramente afunilada na parte mais alta, onde ganha na ponta uma pirâmide.

OS PRINCIPAIS

No mundo, os principais obeliscos são encontrados em Washington, nos Estado Unidos; no Vaticano, o segundo maior de Roma e o mais famoso; obelisco de Luxor, o mais famoso da França, na Praça da Concórdia, em Paris; obelisco do Ibirapuera (São Paulo), símbolo da “Revolução Constitucionalista de 1932”; e o obelisco de Buenos Aires, o mais famoso da Argentina.

O Pirulito da Praça Sete, considerado símbolo de Belo Horizonte, foi esculpido em Betim, numa antiga pedreira.

O monumento já foi usado de várias formas, pichado de todo jeito. Serviu de base para protesto com gente acorrentada nele. E muitos outros eventos.

REFERÊNCIA

Em verdade, o Pirulito é uma referência da capital, mas ultimamente parece ter se tornado uma peça invisível, diante da correria diária.

A pedra fundamental dele foi lançada em 7 de setembro de 1922 e a inauguração em 7 de setembro de 1924.

Projetado pelo arquiteto Antônio Rego, a execução ficou com a empresa do engenheiro Antônio Gonçalves Gravatá.

Foi esculpido por ideia do então presidente do Estado, Raul Soares, para comemorar o Centenário da Independência do Brasil (1822).

Foi preciso construir um trecho ferroviária próprio para o transporte dele até o local.

RETIRADO

Em 1962, o Pirulito foi retirado da Praça Sete pelo prefeito Amintas de Barros, e ficou abandonado num lote ao lado do Museu Histórico da Cidade, na Cidade Jardim, Região Centro-Sul da capital. Em virtude disso, Betim reclamou a volta dele.

Em 1963, o Pirulito acabou sendo transferido para a Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi. E a Praça Sete se tornou uma área sem qualquer marco de referência.

Mas em 1980, o obelisco retornou ao local de origem, depois de uma grande mobilização popular.

TOMBAMENTO

O Pirulito é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), desde 1977, como monumento comemorativo do Centenário da Independência do Brasil.

Em 1994, ficou mais protegido, quando o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte tombou o conjunto urbano da Avenida Afonso Pena, Praça Sete inclusa.

CONSTITUIÇÃO

O obelisco de pedra granítica, dissecado: o pedestal é composto por 28 peças de cantaria e dividido em três fiadas, a primeira, com 12 pedras, forma a base quadrada com 7,60m de lado e 70cm de altura; a segunda, com oito pedras, tem 4,99m de base e 53cm de altura; e a terceira, desenhada em curva, tem 2,40m de altura e 1,85m de largura.

Em 1997, o obelisco foi restaurado, retomando seu tamanho original de 13,57m (nos anos 1960, quando foi retirado da Praça Sete, teve oito centímetros da ponta quebrados), sendo usado na recuperação granito cinza de Sabará.

*Editor Geral

Imagem da Galeria O obelisco continua ali na Praça Sete, mas tornou-se uma peça comum no cenário de BH
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