Qual político gostaria de estar na pele de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL)?
O imbróglio em que se meteu poderá trazer-lhe consequências, além da multa de quase R$ 23 milhões que recebeu, imposta pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
25-11-2022
09h:10
Bento Batista*
Aqui, em Minas, a política vai no seu ritmo mineiro, aparentemente tranquila, com o governador reeleito, mas a esta altura, em nível nacional, fervilha, e cabe então a pergunta, qual político gostaria de estar na pele do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto? Depois de tudo que viveu, e não é o caso de rememorar neste momento, ele tem problemas de sobra para enfrentar daqui para frente, correndo o risco de ficar sozinho e com a brocha na mão.
Um dos primeiros problemas, talvez o mais grave, redundou nos demais, é o presidente Jair Messias Bolsonaro nos calcanhares, o que levou Valdemar a outros problemas que ele não tinha ou senão estavam meio como se diz, “em banho maria”.
Pressionado pelo presidente, como o próprio disse nessa semana, a arquitetar uma crise artificial e antidemocrática, ele, além disso deu um tiro no pé, porque os argumentos dele não convenceram nem mesmo a quem o pressionou, mas cutucou com vara curta uma onça, aliás, a ex-esposa socialite Maria Christina Mendes Caldeira que está nos Estados Unidos, por medida de precaução, e de lá andou ameaçando Valdemar, dizendo que se ele não parar com essas ações antidemocráticas, ela tem muita bala na agulha e vai disparar tudo de lá.
Lembrando que se Valdemar tem experiência do que é viver uma temporada na cadeia, as declarações da onça, quero dizer da ex-esposa, pesaram na balança da condenação dele por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. E a mulher parece empenhada em fazê-lo voltar a ser preso, conforme ameaças que faz direto dos Estados Unidos.
Outro problema grave para o Valdemar é ter o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, nos calcanhares. Se tivesse contido o empenho de satisfazer os delírios do presidente Jair Bolsonaro, ele não teria arranjado esses dois últimos problemas.
Sabe-se lá a troco de que, ele está dormindo à noite porque os três são dose para elefante, o que arranjou com o presidente do TSE é duplo, senão triplo, porque dói no bolso. Valdemar, no final das contas, corre o risco de ficar só e ter de desembolsar quase R$ 23 milhões de multas porque os partidos coligados com o dele nessa eleição de outubro, debandaram que nem ave de arribação, quando faz bom tempo ela vem, quando faz mau tempo ela vai.
A experiência de vida e política de Valdemar não foi suficiente para vencer a experiência do presidente que sai do governo, porque, este possui artifícios característicos de quem não passa em nenhum exame psiquiátrico a que for submetido.
*Jornalista.