Direto da Redação

21-11-2022

11h:44

Para antecipar a sua meta de produção, a Sigma Lithium, empresa de origem canadense, instalada nos municípios de Itinga e Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, pretende investir R$ 600 milhões, a fim de triplicar a produção do mineral.

Antes dessa decisão, a mineradora tinha intenção de dobrar a produção em 2024. Ao decidir triplicá-la, está dando um salto na produção de “concentrado de lítio espodumênio”, mineral raro e que é matéria prima para as baterias dos carros do homem mais rico do mundo, Elon Musk.

Por enquanto, Sigma Lthium informa ter gastado só na construção do complexo industrial, R$ 1,2 bilhão, dentro do chamado “Projeto Grota do Cirilo”, pois é lá o lugar da extração do lítio bruto, a começar em 2023, logo no primeiro trimestre.

A empresa cuidará também de beneficiar o lítio extraído bruto, o transformando em “insumo pré-químico”, de elevado teor de pureza. Essa transformação faz com que o preço de uma tonelada seja multiplicado cem vezes. Isto é, de US$ 60 por tonelada, o valor alcança US$ 6 mil.

Tudo bem, mas, a essa altura, o prezado leitor já deve estar se perguntando, o que os dois municípios vão ganhar com isso, afinal, uma empresa estrangeira extrai um mineral da maior utilidade nos nossos tempos.

Claro que os dois municípios serão beneficiados porque a Sigma Lithium pagará royalties e será sobre o faturamento, 60% do arrecadado em impostos e em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) ficam para Itinga e Araçuaí.

A previsão de operação já no primeiro ano é de extração de 270 mil toneladas do concentrado de lítio. A empresa identificou dez áreas consideradas promissoras em matéria de extração, dentre as 28 que compõem sua concessão de reservas.

Pelo que a direção da empresa afirma, a Sigma está ocupada com a qualidade do meio ambiente e a preservação. O seu abastecimento é feito por energia de hidrelétrica e ela assegura que são baixas as emissões de carbono no processo de beneficiamento. A água utilizada vem do Rio Jequitinhonha e recebe tratamento em estação interna própria de esgoto e é toda reciclada.

Não há a necessidade de construção de barragens para o lítio porque os rejeitos são empilhados a seco.