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Quando a pomba verdadeira pousou em cima do muro teve a surpresa de ver fileiras de canjiquinha

Quando a pomba verdadeira pousou em cima do muro teve a surpresa de ver fileiras de canjiquinha

Quem sugerir o melhor nome para a pomba vai receber de prêmio um livro autografado sobre o Caminho de Santiago de Compostela, intitulado “Nos Pirineus Da Alma”.

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Direto da Redação

13-11-2022

09h:13

Alberto Sena

Quando a pomba verdadeira chegou, hoje de manhã,13, o relógio marcava 5h41. Como eu esperava, ela chegou fazendo barulho de asas, e, no primeiro momento, talvez tenha se perguntado “o que é isto amarelo?”, o caminho de canjiquinha que tracei, bem no ponto onde a pomba costuma pousar.

A surpresa aconteceu quando ela começou a bicar a canjiquinha. À medida que ia identificando a comidinha, mais agilmente ela bicava, pois esperava encontrar algo semelhante. Se fosse humana, a Pomba diria, “é um maná caído do céu”.

Ela ficou o tempo todo em cima do muro, literalmente. Nem desceu para a área do prédio.

Como eu havia anunciado ontem, ia fazer e fiz uma bela surpresa para ela, que nem parecia acreditar no que via ou comia.

Fiz dois caminhos de canjiquinha em cima do muro e fiquei da minha janela aberta para o mundo à espera dela. Por algum tempo fiquei naquela expectativa, e como o dia nasceu nublado, pensei que pudesse não aparecer e isso me deixaria decepcionado. Desde ontem fiquei a pensar nela. Acho que foi amor às primeiras vistas.

Acordei até mais cedo ainda para cuidar dela. O meu primeiro pensamento foi para Deus, como sempre, e depois para a pomba. E ela não podia me decepcionar.

Insisti em ficar debruçado no parapeito da janela aguardando.

Foi assim, num repente, ela chegou. Fiz questão de pôr a canjiquinha no ponto onde costuma pousar, em cima do muro. Ela veio sacodindo as asas e pousou bem próxima da canjiquinha.

A minha impressão era a de que a pomba não estava acreditando no que via. E quando percebeu ser comida, ela ficou em cima do muro o tempo todo, nem desceu para a área do prédio, pois ali havia fartura.

A pomba ficou comendo por uns 20 minutos. Como eu havia feito dois caminhos de canjiquinha, ela saiu do primeiro e foi andando rumo ao segundo. Vendo-a do alto do quarto andar do prédio, ela me parecia gordinha, saudável, e deve ter ficado mais ainda depois de se fartar.

Já satisfeita, ajeitou as asas, enfiou o bico debaixo de uma delas, para se coçar. Deu uma olhada para os lados e voou.

Acompanhei o voo dela até ela pousar no topo de um poste de energia da rua.

Na intimidade com as minhas mangas de camisa, fiquei a especular a possibilidade de a pomba ir buscar outras para aproveitar da canjinha. Mas isso não aconteceu. Pelo menos durante o tempo em que permaneci na janela em observação dos movimentos dela.

Doravante, assumo mais essa tarefa diária, de alimentar a pomba verdadeira.

E para que possa contar com a participação do prezado leitor dessas linhas, me veio a ideia de lançar um concurso para dar um nome à pomba verdadeira.

O nome mais compatível que a performance dela vai ganhar de presente um livro sobre a nossa experiência – minha e de Sílvia Batista, companheira de jornada – no Caminho de Santiago de Compostela, duas vezes. Autografado.

Depois que a pomba voou voltei à janela para verificar se havia aparecido mais alguma ou um passarinho habitante da floresta do Parque Santo Antônio. Mas nenhum outro apareceu. Entretanto, sei por experiência própria que, mais dia menos dia eles aparecerão porque aqui terão tratamento diferenciado.

É de passarinho para passarinho.

Imagem da Galeria A pomba verdadeira veio de novo e teve a surpresa prometida; alimentou-se por uns 20 minutos
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