Direto da Redação

05-11-2022

11h:35

Alberto Sena

O silêncio sepulcral do presidente Jair Messias Bolsonaro dá a impressão de que ele acha já ter concluído o seu mandato, apesar de o término ser em 31 de dezembro, porque no dia 1°. de janeiro ele entregará a faixa para Luiz Inácio Lula da Silva, eleito pela terceira vez presidente do Brasil.

Mas será que Bolsonaro vai mesmo comparecer à solenidade de passagem da faixa presidencial? Esta é uma pergunta que vem gerando especulações de toda ordem, como se a passagem da faixa fosse mais importante do que a posse em si, para que Lula possa trabalhar e reordenar o País, que sofreu grande rombo financeiro.

Se Bolsonaro se recursar a passar a faixa presidencial para Lula, não há o menor problema, o vice-presidente general Antônio Hamilton Martins Mourão pode fazer isso e tudo estará arranjado.

Só se terá então a oportunidade de lamentar a omissão do presidente, que podia muito bem encarar tudo isso com altivez, no entanto, ele sairá cabisbaixo, numa postura muitas vezes pior do que assumiu o governo, quase quatro anos atrás.

No episódio dos caminhoneiros, comparáveis ao cão correndo atrás de carro, bicicleta ou motocicleta, eles nem sabiam o que faziam e para piorar a situação, terão que responder pelos atos antidemocráticos e sofrerão nos bolsos as multas que certamente terão de pagar por bloquearem estradas e tentarem causar o caos no País.

Neste triste caso, a postura do presidente também foi criticada porque ele passava a impressão de estar apoiando o movimento dos caminhoneiros e embora tenha se dirigido a eles para encerrarem o movimento, ele o fez dando a impressão de que por dentro torcia para que continuasse.

Esse comportamento do presidente leva a gente a lembrar do decepcionante comportamento dele durante a pandemia da covid-19. “Não sou coveiro” – dizia ele ao ser indagado enquanto centenas de pessoas morriam levadas pelo vírus.

A não ser que o presidente vá desistir da política daqui para a frente, ele deve continuar com a mesma postura, mas depois de Lula cumprir o mandato, se Bolsonaro quiser voltar ao poder, devia procurar fazer a coisa certa a partir de agora, mesmo derrotado pelo adversário, que desde o início do governo era o seu fantasma maior.

Ademais, o conceito dele no cenário internacional, é o pior possível, e se Bolsonaro não passar os próximos anos em reflexão, acabará tendo que disputar uma cadeira na Câmara Federal se quiser continuar na política. E olhe lá se conseguirá se eleger.