Direto da Redação

20-10-2022

10h:45

Alberto Sena

Dever democrático cumprido na seção eleitoral no prédio que abrigou a Faculdade de Filosofia da UFMG (Fafich), agora é aguardar o resultado, que, espero, o vencedor seja o candidato em que eu e Sílvia Batista votamos.

Quero dizer que foi tranquila. Na minha seção havia uma pequena fila, e as quatro primeiras pessoas eram todas na faixa de mais de 65 anos de idade, com direito a atendimento prioritário.

Na fila ninguém falava nada e havia um clima bom, até que chegou um ancião vestido com uma camisa da Seleção Brasileira e sem nem mesmo cumprimentar ninguém, simplesmente entregou a identidade e o título eleitoral para a senhora que estava na porta atendendo os eleitores.

A senhora recebeu os documentos e os levou para as mesárias. De repente, o ancião se virou para trás e disse para uma senhora, também prioritária:

- A senhora me desculpa, mas vou entrar na sua frente.

A senhora sorriu um sorriso meio sem graça. Assim que uma pessoa acabava de votar, ele entrou. E enquanto o ancião estava lá dentro, os presentes na fila fizeram os mais variados comentários.

- Ele é mais brasileiro e patriota do que nós.

- É uma questão de estilo.

- Eu não vou gostar de um Brasil com gente que se comporta assim.

- Mas pode deixar, Deus é brasileiro.

Não sei bem o porquê, mas logo associei o comportamento do homem ao estilo Bob Jeff e Carla Zambelli, que fizeram o favor de jogar a candidatura do presidente Bolsonaro no chão.

Nisso a Carla foi mais eficiente do que o Bob, porque agiu nos últimos minutos do segundo tempo, e quase comemorou tudo com tiro de pistola com a qual perseguiu um “homem negro” em ruas dos Jardins, em São Paulo.

O mais interessante sempre fica para o final. O ancião intruso, que entrou na frente de quatro outros, logo saiu da sala de votação sem votar, simplesmente porque havia se enganado de seção. A dele era mais adiante.