Direto da Redação

25-10=2022

6h:37

Alberto Sena

Se o presidente Bolsonaro alimentava o espírito de “virada” – e alimentava – a essa altura da campanha, faltando só cinco dias para a eleição, ele pode ir “tirando o cavalinho da chuva”, como diria a minha mãe, se viva fosse.

Como se estivéssemos numa nave quase pronta para decolar, aviso aos navegantes o início da contagem regressiva, a partir de hoje, faltam só cinco dias para o Brasil sair de um impasse que, sem dúvida alguma o fez regredir no mínimo uma década.

O amigo e apoiador do presidente, o ex-deputado e ex-presidente do PTB, Roberto Jefferson, fez o favor de assassinar o espírito de “virada” de Bolsonaro. Dá até para usar um ditado antigo: “Diga-me com quem tu andas e direi quem tu és”.

O Brasil de hoje está alquebrado, depois de sofrer uma pandemia que exterminou quase 700 mil pessoas, quando centenas dessas mortes poderiam ser evitadas, não fosse o negligenciamento como a covid-19 foi encarada.

Se cada um refletir sobre a questão pandêmica vai chegar à conclusão de que o problema maior não foi o vírus em si, mas a maneira desastrada como ele foi enfrentado, o que levou vidas de muitas das famílias.

Se for realizada uma pesquisa, poder-se-á chegar à conclusão parece que rara é a família que não perdeu um ente querido – pai, mãe, filho, irmão, tio, primo.

Em meio a esse clima, uma oportunidade de aprendizado com o exercício chamado em inglês “home office”, tinha-se a impressão de que, passada a epidemia, tudo estaria mudado, o modus vivendi seria outro.

Mas não, temos de volta mais do mesmo. As lições que a covid-19 deixou se perderam na fumaça do cano de descarga dos veículos que retornaram a toda velocidade às ruas.

E quando se pensava que nunca mais nós iríamos independer de máscaras, eis que estamos livres delas, mas não daquelas que mascaram o rosto, mas a alma do indivíduo cada dia menos cordial do que antes.

Não se pode perder as esperanças em relação aos humanos, mesmo sabendo que nesse seu caminhar segue rumo ao despenhadeiro. O importante é poder alertar sempre para, se possível, evitar que o sonho de alguém, seja quem for, em meio à massa humana, termine em pesadelo.

Pelo andar da carruagem, vai sobrar pesadelo para Bolsonaro e os seus seguidores. E o responsável por isso não é outro senão o Bob Jefferson. Mas ainda há tempo de acontecer mais pesadelos e quem irá levar vantagem nisso, não é outro senão aquele que  sonha voltar a ser presidente da República.