Direto da Redação

02-10-2022

21h:09

Alberto Sena

Iniciei a redação deste texto às 12h21, horas antes, portanto, de sair o resultado das eleições para presidente da República, com o intuito apenas de registrar algumas observações visuais da manhã de hoje, na minha zona eleitoral, no prédio da antiga Fafich, Escola de Filosofia da UFMG, de muitas histórias.

Não me recordo de uma eleição que tivesse tanta gente de cabelos brancos, como essa. Muita gente saiu do armário e a impressão de que a maioria dessas pessoas deu – e olhe que nem precisam mais votar por obrigação, estão dispensadas – é de amor ao Brasil, se por decisão própria foram às urnas para cumprirem o papel de cidadão, protagonista deste filme.

Essas pessoas – algumas com dificuldade de locomoção – não sairiam de casa em vão, cada uma delas saiu de casa com a sua “colinha”, sabendo em quem votar. E o manuseio da urna não oferecia dificuldade alguma, é simples, primeiro vem o espaço para se colocar os números dos candidatos, depois aparece a figurinha dele e então dá-se o “confirma”.

Quando cheguei à minha seção, no terceiro andar do prédio, se podia tomar os elevadores ou subir a rampa. Sempre optei pela rampa, e desta vez a novidade foi que logo no início estava demarcada, o lado direito tinha marcas de pés subindo e a do lado esquerdo pés descendo.

Foi bom porque ninguém ficou trombando, mas ainda assim, quando subíamos a rampa, encontramos uma mulher que descia pelo lado direito, quando devia estar no esquerdo. Mas, tudo bem, só registro porque fez parte da nossa incursão.

Cheguei à minha seção e havia uma pequena fila. Fiquei lá atrás e logo veio uma mulher perguntando em voz alta se havia ali quem fosse prioritário e se quisesse podia passar à frente. Claro, aceitei logo porque o meu raciocínio é o seguinte, aqui no Brasil tem lei que cola e lei que não cola. É absurdo isso, mas é verdade!

Então, tem-se que fazer valer a lei. Fiquei lá na porta de entra e o próximo, embora mais novo, era também prioritário e quis ceder a vez ao que agradeci, pois a condição dele era a mesma minha. Deixei que ele fosse e depois fui.

Fui muito bem atendido e logo deixei a cabina de votação. Recebi o meu título com o comprovante de votação. Guardei tudo na pochete, agradeci e saí da sala.

Dei um tempo na redação deste texto e retomo dizendo ser no momento 16h45. Faltam, portanto 15 minutos para encerrar a votação. Registro esse momento para nele deixar impregnada a expectativa.

Se vingar o que se ouviu por aí, é capaz de Lula ser eleito neste primeiro turno, o que certamente evitaria uma porção de coisas e seria uma economia para os cofres públicos.

Vou dar mais outro tempo e quando voltar será para noticiar o resultado das urnas, o que deve acontecer ali pelas 21h.

De volta para informar que não deu para Lula ganha no primeiro turno. Resultado, ele e Bolsonaro voltarão a se enfrentar no segundo turno.