Direto da Redação

26-09-2022

8h:30

Alberto Sena

Falei aqui do repórter Fernando Gabeira, escritor, ambientalista, ex-deputado federal, que iniciou carreira no Diário de Minas e desta feita vou tratar do jornalista, poeta e um dos organizadores da Semana de Arte Moderna, realizada em outubro de 1922, em São Paulo, Agenor Barbosa, nascido em Montes Claros, no Norte Minas, onde fez o curso primário.

A minha impressão é a de que houve uma conexão astral entre o nascimento do professor Darcy Ribeiro, que neste outubro fará 100 anos de nascimento, e a explosão da Semana de Arte Moderna, com o brilho de Agenor Barbosa, conterrâneo, em São Paulo (SP).

Com curso secundário iniciado em Belo Horizonte, ele foi concluí-lo em São Paulo, onde se diplomou em Direito, em outubro de 1926.

Depois de feitas essas apresentações, convém dizer, ele veio de Montes Claros para a capital em 1912 e concomitantemente ao seu ingresso, primeiro na Secretaria de Estado da Agricultura e depois na do Interior de Minas Gerais trabalhava na imprensa, como repórter do Diário de Minas, onde iniciou e depois no Estado de Minas e nas revistas de literatura e arte, além de outros jornais onde publicou vários poemas.

Foi daí que ele se mudou para São Paulo como correspondente do jornal Folha de Minas. Depois trabalhou no Correio Paulistano e teve participações de realce em A Cigarra e outras revistas da época.

Mas foi nomeado em 1922, quando se matriculou na Faculdade de Direito de São Paulo, Oficial de Gabinete do presidente Washington Luiz, e na Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, nas administrações que se sucederam, até 1930.

Seus primeiros textos poéticos foram publicados em Belo Horizonte, onde começou a carreira literária.

Numa crônica da revista Panóplia, foi considerado um dos dez maiores poetas modernistas de São Paulo.

Como participantes na Semana da Arte Moderna, em 1922, foi destacado no livro História do Modernismo Brasileiro. De sua autoria, ele recitou um poema no segundo dia, em companhia de Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Esses últimos são citados em todas as historiografias e estudos sobre os eventos da semana de 1922, mas nenhuma menciona o papel de Agenor Barbosa na organização e divulgação da Semana, ao lado de Del Picchia, Mário e Oswald de Andrade.

Os pesquisadores Ivana Ferrante Rebello e Fabiano Lopes, que publicaram o livro “Uma Tristeza Mineira Numa Capa de Garoa”.  não encontraram nenhuma pesquisa com registro de participação de artistas mineiros na Semana de Arte Moderna.

No entanto, o de Montes Claros, Agenor Barbosa, jornalista com passagem pelo Diário de Minas, estava lá.