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Minério de Lítio vai render R$ 13,5 bilhões de reais ano ao Vale do Jequitinhonha

Minério de Lítio vai render R$ 13,5 bilhões de reais ano ao Vale do Jequitinhonha

A poucos anos atrás, pesquisas mostraram que o Vale do Jequitinhonha detém 10% de todas as reservas de lítio do mundo e 80% das reservas nacional. Agora as lideranças políticas, com aval dos moradores da região, brigam pela instalação de uma unidade fabril de baterias de lítio na região.

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Por Soelson B. Araújo

01-09-2022 às 14:15h.

Com 10% das reservas mundial de lítio e 80% das resevas nacional, o Vale do jequitinhonha reivindica do governador Romeu Zema uma unidade fabril de baterias de lítio para ser instalada na região, argumentando que o Vale tem sido preterido pelos sucessivos governos ao longo de décadas, na inserção de políticas de desenvolvimento econômico.

A última vez que o Vale do Jequitinhonha viveu uma onda desenvolvimentista foi a 142 anos atrás, no início do século XIX, quando era uma das regiões maior produtora e exportadora de algodão de Minas Gerais. Nessa época os canoeiros navegavam com suas canoas no rio Araçuai e Jequitinhonha carregadas de algodão. Diante disso, em 1880, o senhor Cândido Freire de Figueiredo Murta e João Antonio Pereira,  juntos planejaram a construção de uma fábrica de tecidos em Itinga devido a grande produção do algodão àquela época, produzido em grande escala na região, com destaque prara Virgem Lapa, Itinga, Minas Novas e Lufa (Novo Cruzeiro). Para concretizarem esse sonho, eles montaram uma sociedade que se denominou "sociedade dos Filhos de Itinga” e trouxeram da Bélgica muitos maquinários (80 Teares e dois Gomadores de 1000 kg e demais equipamentos e acessórios). 

Quando esses equipamentos chegaram ao Brasil em embarcações maiores; entraram pelo  rio Jequitinhonha, através de Belmonte, no litoral bahiano. Com os canoeiros desafiando a navegação no Rio Jequitinhonha, que tinha, àquela época, um volume de água bem maior do que hoje, conseguiram chegar em Itinga, onde foi instalada a famosa fábrica de tecidos utilizando-se de força Hidráulica para funcionar. A fábrica têxtil que acabara de ser montada no médio Jequitinhonha foi a mais importante de Minas. Toda a produção era em tecido  americano e  riscado, e eram vendidos para todo o Estado de Minas Gerais e até para outros Estados. Esses homems que sonharam e idealizaram esse projeto, são dignos de terem suas memórias lembradas e preservadas, diante de tão grande determinaçao; eles lutaram por sua terra, Itinga, mas estavam promovendo o desenvolvimento econômico e social do Vale como um todo, pois, diversas cidades da região passaram a produzir algodão também. Essa fábrica têxtil funcionou até 1928 até ser inundada por uma grande enchente.

A população do Vale a 30 anos atrás se mobilizou e através de seus representantes eleitos pelo voto, vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, votados no alto, médio e baixo Jequitinhona e conseguiram a inclusão de seus municípios na área geográfica da  SUDENE, Superintendencia de Desenvolvimento do Nordeste e Semiarido para receber incentivos e recursos do BANCO DO NORDESTE para garantir seu desenvolvimento econômico. Apesar de ter conquistado as rodovias asfaltadas, um campus universitário com mais de 30 cursos superiores em Diamantina a pouco mais de 20 anos atrás, as industrias e fábricas não chegaram para aproveitar a sua mão de obra qualificada e nem  usufruir da melhoria de acesso para escoamento de produtos manufaturados, assim como, os incentivos financeiros da SUDENE E BANCO DO NORDESTE. Agora é necessário que seu povo se una novamente para convencer o governador Romeu Zema a trazer as fábricas de equipamentos derivados da matéria prima do lítio para o Vale. 

Porquê é tão importante uma fábrica para a região? A instalação dessa unidade fabril de baterias de lítio em Itinga, médio jequitinhonha, de vez por todas, muda a realidade sócio-econômica do Vale, pois, o seu valor agregado torna possível duplicar, no mínimo, o valor da venda do míneiro de lítio, que já irá representar mais de R$ 13,5 bilhoes de reais anualmente.

Entenda! Sabemos que até o final deste ano, a empresa canadense, SIGMA LITHIUM terá investido, aproximadamente, R$ 1 bilhão de reais em sua planta para extração e beneficiamento de lítio de alta pureza na grota do Cirílo, no município de Itinga em sua primeira fase, que proporcionará uma produção de 220 mil toneladas do minério com a expectativa de até o final deste ano estar pronta; e em parceria com A 10, sua có-fundadora,  em 2023 poderá  produzir 440 mil toneladas anualmente em sua segunda fase que terá uma produção direcionada para baterias de alta durabilidade, (mais importante) utilizando alta tecnologia sem barragem de rejeito. Sem contar que, a região poderá receber fábricas de vidro, cerâmica, indústria de alumínio, baterias de longa duração para veículos elétricos (alta demanda mundial com advento dos veículos elétricos), pilhas de ions de lítio para celulares, táblet, leptop, por isso, este minério pode ser considerado o petróleo do futuro ou ouro branco pelo fato de o mundo ter embarcado na onda da transição energética com cerca de mais de 30 mil veiculos elétricos sendo fabricados por mês no planeta; só a China fabrica 10 mil veículos elétricos com  bateria de lítio por mês. E em Araçuai a empresa CBL já é a única fabricante de carbonato e hidróxido de litio na região. 

Por tudo isso, é preciso que  o povo do Vale do Jequitinhonha assuma seu verdadeiro papel de precursor da mudança que tanto almeja. Somente na venda desse minério com beneficiamento de alta pureza, seu valor agregado, ainda na fase de produção, passará de U$ 60 para U$ 6.000 a tonelada. O Vale do Jeuitinhonhe terá centenas de novos empregos diretos e indiretos. E se corroborado com a instalação de uma unidade fabril na região, a participação do Vale nos atuais 1,4% do PIB de Minas Gerais, (R$ 9.855,75 da renda per capta por habitantes),  presume-se que, o Vale do Jequitinhonha gerará com este minério, segundo estimativas a médio prazo, uma receita de mais de R$ 25 bilhões de  reais ano.

Imagem da Galeria Área de extração de minério de lítio na grota do Cirilo em Itinga, Vale do Jequitinhonha
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