Quando falamos em categoria de base, o que vêm em nossas mentes é a esperança da
“revelação de novos talentos” e que está cada dia mais escassa em nosso futebol.
22-01-2025 às 09h52
Ricardo Baeta*
Todos os meses de janeiro o futebol profissional está em meio as férias e pré-temporada e
sendo assim a mídia se volta para a Copa São Paulo de Futebol Junior ou sub-20 como
queiram: É a maior competição da categoria no País e que a mais de meio século brinda o
torcedor até que a bola volte a rolar pelos campeonatos pelo Brasil afora.
Quando falamos em categoria de base, o que vêm em nossas mentes é a esperança da
“revelação de novos talentos” e que está cada dia mais escassa em nosso futebol. Mas
por qual motivo? Então, podemos listar alguns agentes que movem nossa escassez de
craques: Redução considerável dos campos de futebol amador, de terra batida como seja,
jogadores negociados para o exterior ainda na base de seus clubes por interesses
exclusivamente financeiros e até mesmo para pagamento de dívidas com Empresários, fim
das partidas preliminares onde a base jogava para o público e hoje em dia joga
praticamente dentro de seus centros de treinamento fechados ao torcedor, compromissos
de técnicos e dirigentes com jogadores contratados e até mesmo excesso de mídia e
cobrança para jovens que são promovidos de forma irresponsável o que traz instabilidade
a estes garotos e que acabam desaparecendo com o decorrer do tempo sendo
emprestados para clubes do exterior de menor expressão e muitas das vezes conseguem
se estabilizar em uma nova cultura ou são redirecionados para o futebol amador com o
encerramento precoce de suas carreiras profissionais.
Antigamente as joias da base jogavam as partidas preliminares com público. Sendo assim
quando um jogador iria estrear no profissional, a maioria dos jogadores já sabiam quem
estava entrando e conheciam o seu futebol. Casos de Pelé, Rivelino, Zico, Joãozinho,
Palhinha, Reinaldo, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Alex, dentre outros: Jogadores que
tinham a alegria de jogar futebol e já acostumados com a presença do público e sendo
assim não se intimidavam e mostravam sua pura arte de jogar futebol.
Enfim, nossos Cartolas precisam repensar o modelo de revelação de jovens talentos e
trazê-los mais perto do torcedor que é uma das grandes razões de um esporte tão
apaixonante que é o futebol. Por uma reformulação já em nossas categorias de base.
*Ricardo Baeta é Contador e Colunista Esportivo do Diário de Minas