18-01-2025 às 10h51
Direto da Redação
Em um País feito o Brasil, onde uma só pessoa, uma aluna do ensino público nacional alcançou 1000 pontos em redação do Enem, dá para qualquer pessoa de bom senso perceber a qualidade do ensino brasileiro. E é com base nisso que se pode estimar o futuro em construção. O leitor do Diário de Minas já se imaginou sendo governado por um analfabeto funcional?
Corremos o risco. E para tentar evitar isso convém a gente lembrar a qualidade de personagens que por aqui passaram e nos legaram conhecimento e se tornaram exemplos para as gerações. Mas o fenômeno da banalização intelectual aí está à espreita e então, o antídoto é recordar, a propósito, de quanta falta nos faz Abgar Renaut, que em 31 de dezembro de 1995 faleceu no Rio de Janeiro.
A ausência física desse mineiro, de Barbacena, vai completar três décadas. Poeta, ensaísta e tradutor, transmitiu a sua luz aos que frequentaram o Ginásio Mineiro; a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Colégio Pedro II e a Universidade do Distrito Federal.
Abgar Renault ocupou a cadeira número 17 na Academia Mineira de Letras, cadeira essa cujo patrono é o Conde de Prados e o fundador, o médico Eduardo de Menezes, o primeiro presidente da Casa de Alphonsus de Guimaraens. Ele sucedeu a José Antônio Nogueira e foi sucedido pelo Ministro Aluízio Pimenta. Abgar ocupou a cadeira número 12 da Academia Brasileira de Letras.
Ele foi deputado estadual e secretário estadual de Educação, em Minas. Em nível nacional, foi ministro da Educação e do Tribunal de Contas da União.
Como poeta, há que destacar os seus livros de poemas, “Sonetos antigos” (1968), “A lápide sob a lua” (1968), “Sofotulafai” (1971) e “A outra face da lua” (1983).
Certamente, em dezembro deste 2025 ainda criança, a memória de Abgar será celebrada com toda ênfase, considerando a importância dele. A ser lembrado, que a sapiência dele seja derramada em Minas, pelo menos, para que possa resgatar os valores do ensino público de qualidade e assim os seus exemplos possam se difundir para abrir corações e mentes.