Militares em serviço na noite de Natal. O compromisso com a segurança nacional e a proteção da população não tira folga. Em fronteiras isoladas, militares enfrentam condições extremas
25-12-2024 às 09h39
Marcelo Barros*
Enquanto milhões de famílias brasileiras celebram o Natal reunidas em torno de mesas fartas, milhares de militares permanecem em seus postos, muitas vezes longe de seus filhos, esposas e pais.
À noite, que para muitos é de celebração, para eles é marcada pelo silêncio dos quartéis, pela vigília em fronteiras remotas ou pelo patrulhamento nas ruas das cidades. O compromisso com a segurança nacional e a proteção da população não tira folga — nem mesmo na noite mais especial do ano.
Nos quartéis, navios-patrulha e postos avançados, a ceia de Natal é substituída por turnos de vigilância e comunicação constante com superiores. Em fronteiras isoladas, militares enfrentam condições extremas, seja o calor intenso da Amazônia ou o frio das regiões montanhosas do Sul do país. Nas cidades, patrulham ruas para garantir que a população celebre com segurança.
Além da distância física, há o impacto emocional. A saudade dos filhos abrindo presentes ou do abraço dos pais pesa sobre aqueles que servem. No entanto, o senso de dever supera essas dificuldades. Para eles, a missão vem sempre em primeiro lugar.
Por trás das rígidas rotinas militares, há seres humanos que enfrentam a ausência de suas famílias com resiliência. Muitos não têm a oportunidade de fazer uma chamada de vídeo ou ouvir a voz de seus entes queridos antes de dormir. Em navios no Atlântico, o Natal é lembrado com uma ceia simples entre os tripulantes, enquanto o horizonte permanece escuro e silencioso.
Apesar dos sacrifícios, o reconhecimento nem sempre é proporcional à dedicação desses profissionais. As constantes transferências, missões prolongadas e ausências em datas importantes fazem parte do cotidiano militar. Suas famílias também enfrentam desafios, adaptando-se a mudanças frequentes e vivendo com a incerteza típica da carreira.
Refletir sobre a contribuição dos militares, especialmente durante o Natal, é essencial. A segurança e tranquilidade que muitos brasileiros sentem nas festividades são diretamente proporcionais ao esforço silencioso daqueles que estão de prontidão, garantindo que o Natal de milhões de famílias seja celebrado em paz.
*Marcelo Barros é jornalista