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Uma Diamantina nova surge fora do contexto histórico

Uma Diamantina nova surge fora do contexto histórico

As evidências mostram que Diamantina não foi feita para veículos automotores, senão para charretes, carroças e cavalos, além dos pedestres que não se cansam de descer e subir as ladeiras que a Chica da Silva famosa transitou e demonstrou o seu poder.

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05-08-2024 às 09h:28

Direto da Redação

Quem visita Diamantina com o intuito de conhecer o Centro Histórico, que aliás é sempre um grande atrativo, desconhece que uma cidade nova cresce nos arredores, principalmente em condomínios, como aquele conhecido por “Condomínio do Japão”, que fica na região Oeste, numa elevação e pode ser divisado de longe.

Uma caminhada de cinco quilômetros, primeiro por trilha, até a estrada vicinal, cascalhada vai revelando um outro lado da cidade moderna, mostra também uma vegetação ressequida com a possibilidade de identificar flores características do Cerrado, inclusive embaúba, que, como o Diário de Minas publicou, a presença dela é sinal de área degradada ou em fase de reflorestamento com as espécies locais.

Depois de décadas de uso de uma ponte rudimentar de madeira sobre o córrego da Prata, vai sendo erguida uma de cimento armado. As bases de uma extremidade à outra estão sendo construídas e desvia, por enquanto o tráfego de veículos automotores e motocicletas continua sendo feita com o adjutório da ponte de madeira.

O córrego da Prata e a sua presença ali na área é reconhecida pelas matas ciliares ainda mantidas e devem ser vigiadas para não serem derrubadas pela voracidade imobiliária. Por todos os lados se veem loteamentos brotando e o que denota o quanto Diamantina cresce.

Concomitantemente à expansão urbana, cresce o Turismo a olhos vistos com a apresentação aos sábados, no Beco da Tecla, de um movimento feito pelos lojistas da área, cada semana com a apresentação de um grupo musical diferente, o que caiu no agrado e pode vir a se tornar mais uma tradição.

Se nos condomínios com edificações modernas estão surgindo, muitas delas com uso de energia solar, logo antes do Centro Histórico, pela via da antiga estrada de Ferro Central do Brasil, cujos trilhos já não estão mais à mostra porque os seus 4/5 quilômetros foram calçados com bloquetes, a aparência das casas não agrada aos olhos. Além da feia aparência, a estreiteza da via não oferece calçadas adequadas e suficientes para proteção dos pedestres.

As evidências mostram que Diamantina não foi feita para veículos automotores, senão para charretes, carroças e cavalos, além dos pedestres que não se cansam de descer e subir as ladeiras que a Chica da Silva famosa transitou e demonstrou o seu poder.

Apesar dessas limitações, Diamantina é um lugar alegre e de grande musicalidade, o que é comprovado pelas ações culturais diariamente adotadas, que atestam a cidade realmente não para.

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