01-07-2024 às 09h:37

Direto da Redação

Em meio aos registros relacionados com as mudanças climáticas em todo o Brasil, na contramão dos fenômenos, o setor siderúrgico brasileiro, aparentemente alheio a tudo, promete investir R$ 100 bilhões para ampliar a demanda pelo aço inoxidável.

Se por um lado isso vai significar uma transformação sem precedentes nesse segmento do mercado nacional e internacional, por outro, a previsão é de aumento dos riscos ambientais, em um momento quando a reação seria a de tomar atitudes que possam reduzir os impactos esperados da parte das mudanças climáticas.

O setor siderúrgico enxerga só os dólares e o aumento das exportações que irão alavancar a economia como nunca, porque o investimento anunciado é bilionário e está sendo feito porque os empresários percebem que o aumento da demanda internacional pelo aço inoxidável promete alcançar patamares novos.

Esses investimentos serão aplicados a partir de incentivos governamentais, até 2028 para a expansão da estrutura produtiva do segmento, o mesmo que recentemente foi manchetes nacionais e internacionais quando da pendenga envolvendo a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Usiminas.

A empresa mineira foi condenada pela Justiça a indenizar a CSN em R$ 5 bilhões, em demanda que começou em novembro de 2011, quando o conglomerado ítalo-argentino Ternium comprou 27,7% da Usiminas e pagou à época R$ 4,1 bilhões para Votorantim e Camargo Corrêa.

Incorporou ao grupo, mas não ao controle. A CSN tem 12,9% das ações são da CSN, e por isso entrou na Justiça pedindo uma indenização, alegando que a mudança de controle no grupo acionou o que no mercado é entendido como “tag along” – é quando devido à alienação do controle de uma companhia, o grupo minoritário tem direito de receber uma oferta por suas ações. Alega que isso é previsto no artigo 254A da Lei nº 6.404, chamada Lei das S/A. A troca de controle aconteceu disfarçadamente, o que a Ternium nega ter ocorrido.

Ternium informa que irá recorrer da decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Logo depois dessa demanda que de certa forma abalou o mercado do aço, vem essa notícia de que o setor siderúrgico irá investir pesadamente para transformar o segmento até 2028.