Português (Brasil)

Página de polícia faz mal à saúde, por isso a nossa prioridade é mostrar o lado bom das coisas

Página de polícia faz mal à saúde, por isso a nossa prioridade é mostrar o lado bom das coisas

O Diário de Minas se propõe a ser um jornal digital diferente das mesmices vistas no mercado. A responsabilidade é muito grande para transmitirmos maus exemplos, priorizando o negativo, quando podemos mostrar positividade

Compartilhe este conteúdo:

Direto da Redação

22-09-2022

7h:30

Alberto Sena

Experiência de um cidadão é algo individual e intransferível porque cada um tem a sua no singular e no plural. O máximo que a gente pode fazer é falar de alguma das experiências, de preferência boa e que possa acrescentar algo na vida do leitor. Experiência boa funciona como clic de acender trempe do fogão ou uma lâmpada, uma ideia que cause transformações.

De maneira que darei uma pincelada do aprendizado de dez anos de cobertura do setor de polícia para o jornal Estado de Minas, sob a chefia de Wander Piroli, que, atualmente, é foco de uma bela exposição na Biblioteca Pública, na Praça da Liberdade. Já naquela época, década de 1970, eu percebia isso a ser narrado daqui para frente e até fiz um artigo publicado no jornal Pauta, do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, e chamou a atenção do Editor Geral do EM, Cyro Siqueira, que exclamou perguntando: “Mas ele não faz cobertura não é de polícia?!”

Na essência dizia eu no artigo, a página de polícia dos jornais fazia mal ao leitor. Publicava tudo de ruim chegado às delegacias e com a crescente quantidade de gente dotada de patologias várias por aí, vendo foto e lendo as terríveis histórias reais do dia a dia, sentiam-se estimuladas a fazer a mesma coisa ou pior, fazer só para ganhar espaço na mídia.

Há quem queira aparecer bem, mas aqueloutros não importam se for na página de polícia, conquanto possam imitar o feito do suposto amigo que aparecera nos jornais e nas TVs, diziam-me os personagens daquela época, em plena ditadura militar.

O Diário de Minas se propõe a ser um jornal digital diferente das mesmices vistas no mercado. A responsabilidade é muito grande para ficarmos aqui transmitindo maus exemplos, priorizando o negativo, quando podemos mostrar bons exemplos porque atualmente vigora os já citados e precisam ser substituídos.

Com isso quero dizer, faremos Jornalismo com informação, com análise e opinião, e quando noticiarmos um caso escabroso, não limitaremos à informação secamente. Vamos apresentaremos o problema em busca de interpretação, de explicação d possível solução, sempre em busca do porquê.

É muito fácil adentrar essa rotina de fazer Jornalismo parecido, como parecidos são os japoneses. Recordo-me de uma vez ter ido à China e num restaurante enorme, cheio de chineses, nós – havia mais gente comigo – é que chamamos a atenção devido aos nossos traços ocidentais.

Evidentemente, nós teremos tempo de conversar ao longo dessa lida e vamos nos mostrando e ao mesmo tempo conhecendo os prezados leitores e aprendendo com eles, numa relação denominada de escambo, troca como se estivéssemos a transitar por uma via de duas mãos. uns aprendendo com os outros.

Considero esta relação boa oportunidade para iniciarmos um processo de mudança na comunicação digital, porque a essa altura, depois de mais de meio século de prática jornalística diária não dá para cometer os mesmos erros de usar o Jornalismo para irradiar só temas negativos, porque aconteceu, mas nem sempre por isso é notícia.   

Creio que nenhum veículo de comunicação perguntou aos leitores, ouvintes ou telespectadores o que eles gostariam de ler, ouvir e ver. O que percebo é que há estresse ou cansaço de quem lê, ouve ou vê em casa só más notícias, e isso precisa ser mudado.

Imagem da Galeria A carga negativa dos assuntos de polícia faz mal à saúde do leitor
Compartilhe este conteúdo:

 

Synergyco

 

RBN