O eleitor deve conhecer bem os candidatos para não ter do que se arrepender depois
Quem tiver de atravessar a Praça Sete se prepare para enfrentar uma chusma de jovens vorazes na entrega de “santinhos” de candidatos na próxima eleição
Direto da Redação
18-09-2022
12h:05
Alberto Sena
Atravessar a Praça Sete atualmente, a menos de uma quinzena de dias para o primeiro turno das eleições para presidente da República, governador, senador e deputado federal, é quase uma maratona porque o transeunte é cercado por uma chusma de jovens, principalmente, distribuindo “santinhos” de candidatos.
Fiz essa tentativa de atravessar a praça e felizmente saí ileso e vitorioso. Claro, o prezado leitor irá entender, com esse humor tento pôr um pouco de tempero no conteúdo, para mostrar o destempero de candidatos que, numa ocasião dessas, transmudam em “santinhos”.
E como sei que os jovens ganham para fazer essa distribuição, atravessava a praça e fazia questão de receber de cada um o “santinho” por ele distribuído, porque sei, eles são vigiados e têm de entregar tudo. Senão não recebem. Então, com essa consciência recebi um amontado de “santinhos” só para colaborar com os jovens.
Jamais votaria em um candidato só porque recebi o “santinho” dele. Santinho de pau oco, como se diz, porque numa circunstância desta se mostram cordiais e saem dando tapinhas nas costas de todos, apertando a mão.
Eleitos, tudo muda. E o mais grave é que os cidadãos até se esquecem em quem votou, quando tinham de ter o candidato vivinho na memória, para vigiá-lo de perto a fim de cobrar uma atitude escorreita dentro do que prometeu.
Como diria Eugen Bertholt Friedrich Brecht, dramaturgo alemão: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas”.
Ele, o analfabeto político, desconsidera e menospreza a política dizendo “não está com nada”. Isso é o que os maus políticos mais gostam de ouvir, porque assim não serão incomodados e eles fazem o que fazem, a começar por legislar em causa própria.
Diante do quadro atual, o que melhor posso fazer é sugerir ao leitor refletir bem antes de votar. Pense se quer mesmo votar neste ou naquele candidato. Pergunte-se: “É isso mesmo que eu quero?” Votar só porque o voto é obrigatório, e votar sem conhecer a história do candidato, é de uma irresponsabilidade política sem tamanho.
Depois, o eleitor não terá do que se queixar, caso tenha procedido desta maneira, posso dizer, estúpida. Só com o voto consciente e responsável o cidadão mineiro e brasileiro causará as transformações nas casas legislativas e no Palácio do Planalto.