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Não encontrei nenhuma informação sobre a cidade, o estado ou o país onde essa casa foi erigida

Não encontrei nenhuma informação sobre a cidade, o estado ou o país onde essa casa foi erigida

No entanto, algo dentro de mim me dizia já ter vivido nela como se fosse a casa dos meus pais; mas a casa dos meus pais era completamente diferente desta. É uma sensação estranha

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Direto da Redação

22-09-2022

7h

Alberto Sena

Vi a foto desta casa a ilustrar o texto – ou é o contrário, escrevi o texto para ilustrar a foto dessa casa – dos pais de Onofre Viana Freitas.

Ele não consta da minha lista de amigos no Facebook e fui à página dele a fim de pesquisar sobre a localização da tal casa.

Não encontrei nenhuma informação a respeito da cidade, do estado ou do país em que a casa foi erigida e tratada com tamanho zelo.

Eu podia só ter apreciado a foto da casa, sobre a qual o Onofre escreveu um belo texto, e eu fiz o seguinte comentário: “Quanto zelo”!

Olhando-a com os olhos da alma, senti que essa casa tinha muito a ver comigo, como se eu tivesse vivido nela.

Senti até uma pitada de saudade dela. Fiquei contemplando-a, como se tivesse nascido ali, em meio às flores. Como se ela fosse a “casa dos meus pais”.

Não que a casa dos meus pais em realidade fosse parecida a essa.

Na casa dos meus pais não havia flores na entrada e o portão não era semelhante a esse da foto, nem havia alpendre.

Em resumo, a casa dos meus país não tinha nenhuma parecença com essa, de tamanha beleza.

De tanto contemplar a foto, teve um momento que a mim parecia estar entrando por aquele portão bonito, mansamente, a passos curtos, a fim de sentir o perfume das flores ali plantadas.

Peguei-me até a cheirar algumas e pude sentir o aroma acre doce delas, o que me lembrou o perfume das magnólias, aqui, em Belo Horizonte, quando é chegado o mês de novembro.

Apreciei com fervor os vasos floridos sobre a mureta e devagar, como convém a quem não tem pressa, e está de retorno à casa paterna, me encaminhei até a porta de entrada.

Parei diante da porta, e antes de apertar a campainha dei uma olhada para trás a fim de observar o cenário de uma outra perspectiva, e, neste momento, me deu uma dorzinha no peito chamada saudade, saudade daquela casa, como se nela eu tivesse nascido e vivido.

Apertei a campainha e ouvi o “blim blom” dela soar. Como ninguém atendeu. Apertei outra vez a campainha e mais uma vez. Fiquei naquela postura expectante.

Tinha quase certeza de que alguém abriria a porta. Mãe ou pai. Quiçá uma das minhas irmãs ou irmãos. Mas nenhum deles atendeu.

Simplesmente porque não havia ninguém lá. Os habitantes da casa deviam estar fora no momento, e o próprio Onofre, se de fato a casa é dos pais dele, também não se encontrava lá.

E eu não sei onde ele vive. Mas, certamente saberei logo depois de publicada essa matéria com a foto do que, segundo ele, é a casa dos “meus pais” dele.

Por alguns instantes o Onofre cedeu-a a mim porque ao ver a foto me veio a sensação de ter vivido nessa casa. Só não me lembrava mais é de como ela é por dentro.

Mas imagino, o interior dessa casa é tão lindo como é linda por fora.

O zelo externo é só o reflexo do interior dos donos da casa.

Bela casa!

Tenho comigo um rasgo de lembrança de ter vivido nela. Será?

Imagem da Galeria Tenho a sensação de ter vivido nesta casa como se fosse dos meus pais
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