
Proximidade de Lula com líderes como o russo Vladimir Putin tem gerado críticas de observadores norte-americanos e europeus. CRÉDITOS: Ricardo Stuckert/PR
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17-06-2025 às 09h15
Direto da Redação*
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou no Canadá nesta segunda-feira (16) para participar, como convidado, da cúpula do G7 — grupo que reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Apesar da condição de convidado, Lula chegou fazendo críticas à legitimidade do bloco.
“São os primos ricos que se reúnem e não querem parar de se reunir. Eles estão no G20, que acho que tem mais importância, mais densidade humana, densidade econômica. De qualquer forma, sou convidado desde 2003 e participo para não dizerem que recuso a festa dos ricos”, afirmou o presidente, ao citar o G20, grupo do qual o Brasil faz parte.
Esta é a nona participação de Lula em cúpulas do G7, mas, desta vez, o contexto é diferente. O presidente chega ao encontro em meio à queda de popularidade no cenário interno. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, a aprovação de seu governo é de 28%, o menor índice registrado em seus três mandatos.

Lula também enfrenta pressões internas no campo econômico. O governo tenta, há semanas, resolver o impasse em torno de medidas para elevar a arrecadação, especialmente após a derrubada de um decreto que aumentava a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Além disso, o presidente vem sendo alvo de críticas da oposição, que o acusa de passar mais tempo no exterior enquanto problemas domésticos se acumulam.
A expectativa em torno da cúpula inclui possíveis encontros bilaterais, entre eles uma reunião que poderia ocorrer com o ex-presidente americano Donald Trump, que também participa do evento nesta terça-feira (17).
O que Lula busca no G7
O governo brasileiro chega ao encontro buscando reforçar a defesa da reforma da governança global, especialmente de organismos como o Conselho de Segurança da ONU, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. A pauta ambiental também é prioridade, com o Brasil tentando atrair investimentos para a transição energética e projetos sustentáveis, além de fortalecer sua liderança no Sul Global.
O que o G7 espera de Lula
Por outro lado, os países do G7 olham para o Brasil como uma liderança-chave entre as economias emergentes. Esperam do país maior alinhamento em temas como defesa da democracia, preservação ambiental, fortalecimento da economia verde e posicionamento em relação a tensões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia e os conflitos no Oriente Médio.