
CRÉDITOS: Marcelo Camargo/Agência Brasil
18-06-2025 às 09h03
Direto da Redação*
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vive um dos momentos mais delicados de seu terceiro mandato. Dados divulgados nesta semana mostram que a aprovação de seu governo caiu para 28%, enquanto a rejeição subiu para 40%, sinalizando um aumento da insatisfação popular. Esse é o índice de aprovação mais baixo desde que ele reassumiu a presidência, refletindo um cenário de desgaste político e desafios na condução do governo.
Os números, levantados pelo instituto Datafolha, indicam que a breve melhora observada em abril não se sustentou. Naquele mês, a aprovação havia subido para 29%, mas, com os recentes episódios de crise interna e tropeços na articulação política, a tendência voltou a ser de queda. O percentual atual se aproxima do registrado no início do ano, quando a gestão federal chegou a ter apenas 24% de aprovação.
A crise mais recente que contribuiu para essa queda envolve a Previdência Social. A revelação de descontos indevidos aplicados sobre benefícios de aposentados e pensionistas gerou forte repercussão negativa. Mesmo após a saída do então ministro da Previdência, a percepção é de que o governo demorou a agir e não foi suficientemente rigoroso com os responsáveis, o que ampliou a sensação de insegurança entre os brasileiros.
A pesquisa também mostra que a perda de apoio tem sido mais acentuada entre os eleitores com ensino superior e entre os que pertencem às classes médias e mais altas. No grupo de eleitores com maior escolaridade, a aprovação caiu de 31% para 25%, refletindo uma crescente desconfiança sobre os rumos da gestão. Por outro lado, entre os mais pobres, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, Lula ainda mantém um apoio mais sólido, embora menor do que em seus mandatos anteriores.
O cenário econômico também pesa na avaliação do governo. A dificuldade em aprovar medidas para aumentar a arrecadação, como a tentativa de elevar o IOF, somada à pressão do Congresso e ao aumento das críticas da oposição, tem colocado o Palácio do Planalto sob constante tensão. A imagem de um governo que, muitas vezes, parece mais ocupado em administrar crises internas do que em apresentar respostas efetivas para os problemas do país, contribui para esse desgaste.
Com as eleições de 2026 se aproximando no horizonte, o desafio do presidente é claro: recuperar a confiança de uma parte expressiva da população, apresentar soluções concretas na economia e fortalecer sua base no Congresso. Caso contrário, o risco é que o atual desgaste se transforme em um obstáculo difícil de superar nos próximos anos.