José Mindlin, um verdadeiro ícone, mencionou que quem possui bibliotecas grandes tem uma “loucura mansa”. Ele doou toda a sua coleção da brasiliana à USP, como gesto de amor à cultura.
21-12-2024 às 07h00
Professor Brunello Stancioli*
Ter livros é uma experiência maravilhosa. Até que você percebe que sua casa mais parece uma livraria em liquidação. Amigos e parentes, com aquele olhar curioso, sempre perguntam se você já leu tudo aquilo. As perguntas clássicas: “Você tem a Enciclopédia Barsa?”” Já leu isso tudo?” E o clássico “quem vai cuidar disso tudo depois que você morrer?”
Recentemente, mergulhei em nova leitura de “O Bibliófilo Aprendiz”, de Rubens Borba de Moraes. Uma verdadeira aula sobre bibliófilia, onde ele ensina que, se você não tiver um tema para sua coleção, sua casa se tornará uma biblioteca pública. Ele também dá dicas sobre como manter a biblioteca limpa, porque, claro, é fundamental que os livros estejam impecáveis, mesmo que você não tenha tempo para lê-los.
As bibliotecas particulares são essenciais para a preservação dos livros e o cultivo da leituraEle, por sua vez, doou toda a sua coleção da brasiliana à USP, como um gesto de amor à cultura. Ou algo que revela sobre sua mente.
Essas bibliotecas particulares são essenciais para a preservação dos livros e o cultivo da leitura. Afinal, em um mundo onde tudo se digitaliza, ter um refúgio de papel e tinta é um ato de resistência e, quem sabe, de sanidade.
* Mestre e Doutor em Direito. Professor na UFMG