Gerdau quer gastar menos
Curioso é que a direção da empresa chama de “hibernação”, o fechamento de unidades, como a de Barão de Cocais, o que pode ser uma questão meramente semântica
24-08-2024 às 12h:00
Direto da Redação
Agora que a Gerdau acaba de encerrar um trimestre e os seus casos de fechamento de usinas, como a de Barão de Cocais, e espera fazer uma economia de R$ 400 milhões, como está na mídia, talvez nem esteja ocupada com o “efeito chinês” que vem aí e o Diário de Minas noticiou.
Mas não é só a Gerdau pode sentir o impacto do tal efeito, mas usinas como a Usiminas; a Ciafal, de Divinópolis; Sevimol Ferro e Aço, de Carmo do Paranaíba; Takono, de Belo Horizonte; Manfil, de Araxá, e o mercado como um todo do Brasil.
A gente sabe que os chineses sempre foram os maiores compradores do Brasil de minério de ferro. Acumularam tanto, em décadas, que passaram até a exportar aço com preço menor do que o nosso. Foi com o aço mineiro que lá na China o governo construiu prédios aos montes. Ainda hoje possui uma porção deles inabitados.
Para construir a quantidade de moradias era necessário ferros e aço e foi a partir daí que os chineses compraram montanhas de minério de Minas e do Brasil. Chegou ao fim, porque a economia chinesa vem dando uma guinada para investir em serviços e certamente vai comprar menos ferro e aço mineiros.
Atualmente, a cotação do minério está um pouco acima dos US$ 100, mas há previsão de que venha a ficar abaixo, depois de ter atingido um patamar histórico de quase US$ 220.
No caso da Gerdau, com a qual iniciamos este texto, para o ano que vem o projeto dela é iniciar 2025 com uma base de custos a menos de R$ 1,5 bilhão, o que numa comparação é menor que a de 2023.
O curioso é que a direção da empresa chama de “hibernação”, o fechamento de empresas como a de Barão de Cocais, o que pode ser uma questão meramente semântica ou sinal de que pretende reabri-la algum dia.