04-01-2024 às 08h08
Direto da Redação
E Fuad Noman II (PSD), prefeito de Belo Horizonte, foi internado outra vez, nesta tarde de sexta-feira, 3, no Hospital Mater Dei, devido à uma insuficiência respiratória aguda. Foi direto para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde conta com aparelhos para respirar.
Os médicos Enaldo Melo de Lima e Anselmo Dornas Moura assinam o boletim sobre o estado de saúde do prefeito e o submete a exames para avaliação do seu estado.
Fuad nem participou presencialmente da posse para se poupar de grande concentração para não correr o risco de contágio devido ao tratamento que faz contra um câncer linfático.
O primeiro problema que ele deverá enfrentar logo de cara, como se diz, ao se restabelecer e assumir de fato a sua cadeira na Prefeitura de Belo Horizonte, é a questão dos moradores de rua. Ele não conseguiu resolver no mandato I e o problema cresceu.
Uns calculam que estejam nas ruas da capital mineira seis mil pessoas, assim como há também os que acreditam ser o dobro, mas em nível de Estado de MG, mais de 30 mil, segundo um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apurou aumento de 25% de pessoas em situação de rua no Brasil.
Ao todo, no Brasil, eram 261.653 sem teto em dezembro de 2023. Hoje são 327.925, como informa o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG).
O espantoso é que o número apurado em dezembro de 2024 é 14 vezes mais do que o registro feito 11 anos atrás, quando 22.922 pessoas viviam nas ruas no Brasil.
63% desse total no mínimo constrangedor, ficam por conta da Região Sudeste, com 204.714 pessoas, seguida da Região Nordeste, com 47.419 pessoas (14%).
São Paulo, com 43% do total da população em situação de rua, o número foi de 106.857 em dezembro de 2023 para 139.799 pessoas em dezembro de 2024, o que são 12 vezes mais que o apurado em dezembro de 2013, com 10.890. Rio de Janeiro vem em segundo lugar, com 30.801, e Minas Gerais, com 30.244.
O levantamento foi feito com base nos dados do Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), no qual os beneficiários de políticas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), possibilitou o processo de fazimento do estudo porque serviu como indicativo das populações vulneráveis para quantificar os repasses do governo federal aos municípios.
André Luiz Freitas Dias, coordenador do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua tem uma explicação para esse aumento, baseado no fortalecimento do CadÚnico como principal registro desta situação e de acesso às políticas públicas sociais do país. Mas também pela ausência ou insuficiência de políticas públicas estruturantes voltadas para essa população, tais como moradia, trabalho e educação.
Sete em cada dez pessoas em situação de rua no Brasil não concluíram o ensino fundamental e 11% na condição de analfabetos, o que, além do mais, atrapalha o acesso das pessoas às oportunidades de trabalho.