
Palácio da Liberdade de muitas histórias - créditos: divulgação
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13-04-2025 às 09h00
Alberico Sena (*)
Tipo popular na UDN, nos anos 50, Voluntário transitava com grande liberdade dentro do partido, em suas reuniões, entre seus principais líderes e junto de suas famílias.
No primeiro dia de governo, instalado no Palácio da Liberdade, o governador Milton Campos, despachava com Wagner Moura, quando ouviu, na manhã daquele verão, fortes braçadas na piscina.
Lá nadava o correligionário do governador vitorioso e empossado usufruindo da piscina.
Ao ver o governador na janela do Palácio, Voluntário, sem sair da piscina, gritou “Vem pra cá doutor Milton!”
Apenas Wagner Moura ouviu o comentário bem humorado do governador, depois de cumprimentar o seu Voluntário:
– Essa tal de democracia é uma merda.
Outro episódio de Voluntário, narrado por Wagner Moura:
Um irmão de Voluntário liga para o professor Alberto Deodato, um sergipano que, em Minas, sempre andava de terno de linho branco S20, inglês, sapato duas cores, gravata borboleta e chapéu Panamá. Ele comunica a morte de Voluntário ao professor.
– Que horas vai ser o enterro?
– Será amanhã às 17h.
– Estarei lá e quero fazer o discurso. Eu gosto muito do Voluntário, era meu amigo e todos o prezamos muito.
No dia seguinte, às 9h, bate na porta da sala de aula. Alberto Deodato atende. Era o Voluntário.
– Voluntário, mas você não morreu?
– Não morri não, doutor. Eu só queria saber se o senhor gostava mesmo de mim.
Milton Soares Campos (Ponte Nova, 16 de agosto de 1900 — Belo Horizonte, 16 de janeiro de 1972) foi um político, professor, jornalista e advogado brasileiro. Foi governador de Minas Gerais, deputado federal, senador e ministro da Justiça.
(*) Alberico Sena é jornalista