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É hora de promover o reflorestamento de pequizeiros para o bem dos roedores de pequi

É hora de promover o reflorestamento de pequizeiros para o bem dos roedores de pequi

Aprenda aqui como fazer mudas para multiplicar o bendito fruto considerado como “esteio do Cerrado” e razão de ser dos sertanejos, que no período de safra se alimentam melhor.

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Direto da Redação

27-09-2022

6h:10

A essa altura, todo mineiro e brasileiros de modo geral conhecem o fruto do pequizeiro, o pequi, considerado o alimento que mais contém vitamina A, fora outras vitaminas do complexo B, gorduras e sais minerais.

Quando é chegado o tempo de catar pequi no sertão do Norte de Minas, os sertanejos fazem festas e passam o melhor período, principalmente os carentes, que fazem uma porção receitas dele.

O leitor do Diário de Minas ter uma ideia, em 100 gramas da polpa de pequi são encontrados 200 mil Unidades Internacionais (UI) de vitamina A. Isto só já teria valido uma campanha nacional para reflorestamento de pequizeiros. O pequi, como canta o poeta e repentista Téo Azevedo, integrante da Academia Montes-clarense de Letras, “é o esteio do Cerrado”.

O Diário de Minas dá o primeiro exemplo no rumo do reflorestamento de pequizeiros mostrando como se pode fazer mudas, segundo o pesquisador Geraldo Fróis, de Grão Mogol, cidade localizada no limiar entre o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha.

Segundo ele, a germinação ocorre entre 35 e 40 dias. Há casos de germinação que demora até um ano e meio. Depois da germinação, a muda deve ser colocada em recipiente próprio, saco plástico de dimensões 18 X 23 e levado para o local definitivo, quando estiver com mais ou menos um palmo de tamanho.

Três anos depois, o pequizeiro entra em fase de produção. Frois afirma já ter produzido mais de cinco mil mudas. Não foram vendidas, mas doadas aos interessados residentes na região de Grão Mogol, no Horto da Prefeitura.

Passo a passo do processo de fazimento de mudas:

1 – Coleta do fruto maduro, com casca. Pequi está maduro quando cai do pé e é catado, coletado.

2 – Deixar fermentar, na casca. A fermentação é indicada pela consistência pastosa que a casca adquire, entre 30 e 40 dias.

3 – Fazer a separação dos caroços da massa. Lavar os caroços e pôr para secar tanto faz ao sol ou à sombra.

4 – Levar para o canteiro de germinação tendo o cuidado de colocar o hilo voltado para cima ou no máximo de lado, no solo, cobrindo caroço com camadas de terra de mais ou menos 3 cm.

5 – Proceder à irrigação à medida do necessário para manter certo grau de umidade. É preciso levar em conta que pequi é planta do Cerrado e sofre as intempéries, não necessitando de tanto cuidado.

Décadas atrás, o pequi não tinha valor econômico nenhum. Quando repórter do jornal EM, introduzi o pequi no mercado de Belo Horizonte ao ponto de certos donos de bancas exporem as páginas aos clientes e logo o fruto dourado ganhou espaço.

A safra começa em novembro/dezembro e vai até fevereiro, quando a Prefeitura Municipal de Montes Claros promove a Festa Nacional do Pequi, valorizando o fruto da terra, que ganhou derivados como perfumes para deixar europeus cheirosos.

Há quem acredita que o pequi seja afrodisíaco, porque nove meses depois da safra, surgem os “filhos do pequi” no sertão norte-mineiro.

Entretanto, como dizia o falecido médico Hermes de Paul, defensor contumaz do pequizeiro, lá de Montes Claros, o pequi não contém nenhuma substância afrodisíaca. A questão é que na safra os sertanejos ficam mais bem alimentados e aí, não é? Vêm, então, “os filhos do pequi”, concebidos na festa da catação de pequi no mato.

Imagem da Galeria Muda de pequizeiro tem todo um trato para fazê-la
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