Declaração do “Projeto Manuelzão”
O “Projeto Apolo” difundido pela Vale suscita interpretação duvidosa e “Manuelzão” repudia essa atitude considerada de desrespeito ao consagrado nome de quem defende o ambiente
25-05-2024 às 07h:17
Direto da Redação
A mineração em Minas Gerais sempre foi trágica e associada à escravidão, insalubridade e grandes riscos à vida dos trabalhadores assalariados, suas famílias e ao meio ambiente, sobretudo nossos rios. Isso vem desde o início do século XVIII gerando a revolta de 1789 conhecida como Inconfidência Mineira.
Nunca foi uma atividade querida no Brasil. A herança deixada aos distritos mineradores foi a pobreza dos mineiros, a doença e a repressão.
Mas a mineração nunca foi tão avassaladora e destrutiva do meio ambiente e das águas quanto após a privatização e do boom exportador de commodities primárias sobretudo para a China.
A Vale assumiu o papel de poder colonial, distante dos sentimentos dos mineiros em suas cidades históricas, dos trabalhadores das minas de pulmões comidos pela silicose e de sobra, promovendo a desindustrialização, o apagão tecnológico, à exportação dos empregos mais qualificados e a destruição dos nossos rios e mananciais.
Mais recentemente, em 2008, de posse dos direitos minerários da Minerações Brasileiras Reunidas (MBR), a Vale encaminhou à prefeitura de Caeté (MG) o pedido de anuência do seu projeto “Complexo Minerário Baú-Maquiné”. E, para surpresa nossa, optou pelo nome “Projeto Apolo” e não do novo nome, “Projeto Baú-Maquiné”.
Preferiu ressuscitar um nome de 1966, de uma mineradora praticamente inativa chamada Mineradora Apolo SA.
Isto ocorreu no auge da mobilização pela Meta 2010 no Rio das Velhas e grande exposição pública do fundador do Projeto Manuelzão, professor Apolo Heringer Lisboa.
Tal iniciativa tem gerado uma permanente confusão e prejuízos morais à vítima, prejudicando o nome e a imagem de uma figura pública da sociedade civil, que não concorda com a mineração da Serra da Gandarela. E que defende a expansão do Parque Nacional a toda a extensão da serra e do Sinclinal, protegendo o valor maior aí contido que são as águas.
O Projeto Manuelzão repudia essa atitude da Vale de desrespeito a um nome consagrado à defesa do meio ambiente, do Rio das Velhas e idealizador do Projeto Manuelzão.
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