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Comerciantes de BH enxergam uma piora na economia

Comerciantes de BH enxergam uma piora na economia

Mas não conseguem admitir que o problema pode estar no empobrecimento do consumidor e também na carestia dos produtos por eles vendidos

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07-07-2024 às 09h:39

Direto da Redação

O fato de 73% dos comerciantes da capital estarem enxergando uma piora na economia pode ser visto de pelo menos duas formas: uma que a economia precisa de reajustes para se aprumar; e a outra, mais provável, é o empobrecimento das pessoas, que podem não estar tendo dinheiro para enfrentar os preços altos dos comerciantes.

Para eles é muito fácil dizer que houve piora na economia, porque assim criam um pano de fundo e não precisam admitir que o problema pode estar com eles mesmos, que só pensam em lucrar sem se importar com os dramas do consumidor.

Embora, aparentemente, a situação esteja ruim para os comerciantes, 66,0% deles dizem que irão contratar novos empregados e 80,1% acreditam que as vendas vão melhorar.  

No entanto, ficou positivo o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), de Belo Horizonte , acima dos 100 pontos, em junho. Esse índice tem mais firmeza e tamanho entre os comerciantes com mais de cinco dezenas de colaboradores.

O índice geral relativo às Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) apresenta insatisfação com 74,2 pontos. Caiu 0,7 ponto percentual, principalmente no setor de duráveis, o nível de confiança registrado.

Pode ser que essa queda tenha a ver com a avaliação dos 73,3% dos comerciantes da capital relacionada ao desempenho da economia, que, na opinião deles, piorou. O mais interessante acontece com os comerciantes de duráveis, que, mesmo com todo pessimismo, acham que a economia melhorou 4,7%; no caso dos não duráveis, 2,9%

A economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins tem uma visão mais clara do que pode estar acontecendo.  Para ela, “os empresários do comércio varejista são muito impactados pelo alto nível de endividamento dos consumidores, visto a redução do consumo. Acrescido a isso, o saldo de crédito para pessoas jurídicas vem reduzindo nos últimos doze meses, e a inadimplência das empresas permanece estável, o que mostra uma dificuldade financeira e/ou organizacional das empresas em cumprir suas obrigações com dívidas”.

Ela disse também que os comerciantes estão incertos quanto a um futuro da taxa básica de juros da economia brasileira. “Além disso – ela disse – as expectativas de aumento da inflação e o cenário fiscal do País justificam a queda da expectativa de desempenho do setor”. 

 

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